A quarta cidade mais antiga do Brasil

Por Thiago Fragata*

A questão é polêmica e qualquer resposta semeará nova polêmica. Assim seja. Antes, lembro que São Cristóvão vive a expectativa de conquistar a chancela de Patrimônio da Humanidade no próximo ano, mais um rótulo que guarda novo rastilho de pólvora. Agora interessa tratar do polêmico epíteto “quarta cidade mais antiga do Brasil”, atribuído à ex-capital sergipana.

As pesquisas indicam que até a década de 1950 esse rótulo não existia, por essa razão não era divulgado nos meios de comunicação.

DESEJA RECEBER O ARTIGO COMPLETO? ENCAMINHE SEU PEDIDO PARA O AUTOR
Email: thiagofragata@gmail.com

Os Espanhóis em Sergipe Del Rey



A novidade da literatura sergipana é o livro Os Espanhóis em Sergipe Del Rey, de Robervan Barbosa de Santana. Hispanista de primeiro quilate, bacharel e licenciado em Geografia pela UFS o autor apresenta aspectos intrigantes da História e da cultura sergipana, remetendo-os ao período filipino, conhecido nos bancos escolares como União Ibérica (1580-1640). Expressões recorrentes da prosódia interiorana como vixe Maria e oxente, invocações religiosas como a Nossa Senhora da Vitória, padroeira de São Cristóvão, por exemplo, figuram enquanto indícios de uma herança espanhola. Para Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco, de São Cristóvão, a Patrimônio da Humanidade, “a obra aparece como um reforço da propositura que voltará a defender em Sevilha, em junho de 2009, a praça como herança do que determinava as antigas ordenações urbanísticas do período filipino”.

Publicado no JORNAL DO DIA, ano IV, N. 1.165, 26/11/2008, p. 20.

Onde nasce o Paramopama ? (II)

Entidades se reuniram para limpar trecho do rio Paramopama - 26/11/2008
Campanha Educativa “Praia e Rios, Vamos Limpar e Ajudar a não Sujar"
Foto: José Lucio Batista Silva


RESUMO: Artigo dividido em dois tópicos. Num consta a exegese (estudo da origem) da palavra "paramopama", no outro apresenta uma pesquisa detalhada sobre a origem do rio.



ONDE NASCE O RIO PARAMOPAMA? - II


O porto das Pedreiras teve grande importância na exportação dos gêneros produzidos em Sergipe, favorecido pela distância da foz do Vaza-Barris e pela sua profundidade. Sua atividade perpassou a Mudança da Capital (1855) quando a economia de São Cristóvão foi à bancarrota. Na Corografia do Estado de Sergipe, obra do final do século XIX, Silva Lisboa confirma os marcos de um grande trapiche do LIoyd, propriedade da antiga Companhia Bahiana.[1]

Mas o rio Paramopama é, era de baixo calão, raso, de modo que as grandes embarcações dependiam da maré alta para atingir o extinto Porto da Banca ou o Porto São Francisco. Diante do inconveniente, as mercadorias ficavam nas Pedreiras, seguindo no lombo de jumentos para a sede, aonde eram taxadas na Tesouraria Provincial e/ou comercializadas. Nesse trajeto, a corrupção e o desvio eram constantes. Alguns senhores preferiam transportar suas mercadorias em “sumacas ajoujadas”, pequenas embarcações amarradas, o que resultava em viagens demoradas, por vezes desastrosas. Nesse sentido, a falta de um porto adequado figurou como argumento para transferência da capital para Aracaju. 


DESEJA RECEBER O ARTIGO COMPLETO?
ENCAMINHE SEU PEDIDO PARA O AUTOR
Email: thiagofragata@gmail.com
Você receberá o artigo mediante pagamento de taxa de R$ 30,00 (trinta reais), esse valor simbólico custeará próximo livro de Thiago Fragata.

Onde nasce o Paramopama ? (I)


Rio Paramopama, em São Cristóvão/SE. Foto: Marco Galvão, 2005.

RESUMO: Artigo dividido em dois tópicos. Num consta a exegese (estudo da origem) da palavra "paramopama", no outro apresenta uma pesquisa detalhada sobre a origem do rio. 



ONDE NASCE O RIO PARAMOPAMA? - I

Durante muito tempo, fiz a pergunta aos conterrâneos e professores acerca do principal rio de São Cristóvão. A negativa alimentou a curiosidade e as pesquisas renderam informações controversas sobre a origem do nome e a origem do rio. Escrevo, então, para sistematizar as informações coligidas nos arquivos, bibliotecas e trilhas do enigmático rio Paramopama, o patrimônio natural destacado nesse artigo. 

Teodoro Sampaio, na obra O Tupi na Geografia Nacional (1987), considera o termo paramopama uma derivação corrompida do tupi “pará-mo-pama, o mar feito bravo o mar embravecido”. Armindo Guaraná, no Glossário Etimológico dos nomes da língua tupi na Geografia do Estado de Sergipe (1916), decompõe o termo de modo diferenciado e explica que “pará = por; pira = peixe: mapoan = enganar: o peixe enganou”.[1] Ao longo dos séculos sua grafia variou; paramopama já foi paramopamba, piramopama e paramopana. Minha ignorância a respeito da língua geral dos tempos coloniais, o tupi, impossibilita esclarecer qual exegese seja mais pertinente.

DESEJA RECEBER O ARTIGO COMPLETO?
ENCAMINHE SEU PEDIDO PARA O AUTOR
Email: thiagofragata@gmail.com
Você receberá o artigo mediante pagamento de taxa de R$ 30,00 (trinta reais), esse valor simbólico custeará próximo livro de Thiago Fragata.

CRISTO REDENTOR SERÁ PROTEGIDO!

Cristo Redentor de São Cristóvão - 1978

Em julho de 2007 reclamava para o mundo sobre o descaso e o abandono do Cristo Redentor de São Cristóvão...
http://www.overmundo.com.br/banco/um-cristo-redentor-jaz-em-sao-cristovaose
Recentemente, o Ministério Público solicitou parecer do IPHAN-SE sobre o caso. Fui entrevistado, publiquei...
http://www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=11443&hoje=2008-09-16%2016:04:40
Agora veja só...
http://www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=13346&hoje=2008-09-16%2016:03:05
Depois do reconhecimento do Estado, será a vez do IPHAN/SE tombar o primeiro Cristo Redentor do Brasil.
A luta em prol do patrimônio cultural da quarta cidade mais antiga do Brasil continua!


AS CARTAS DE IRMÃ DULCE

Irmã Dulce (destaque) no Convento do Carmo de São Cristóvão, 1934.
Acervo Obras Sociais Irmã Dulce


RESUMO: artigo cruza informações de cartas da noviça Maria Rita Lopes, futura Irmã Dulce, endereçadas de São Cristóvão, em 1933, a sua superiora, Maria Gertrudes Tombrock, fundadora e Madre Superiora da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição (IMIC), que estava no Convento de São Boaventura, em Nova York.


 

AS CARTAS DE IRMÃ DULCE

Gaetano Passarelli esteve em São Cristóvão, antes de publicar Irmã Dulce: o anjo bom da Bahia, em 2003. Na ocasião, garimpava informações sobre a estada da religiosa no Convento de Nossa Senhora do Carmo, entre fevereiro de 1933 e agosto de 1934. Lembro da entrevista concedida pela Irmã Hilária, da Santa Casa de Misericórdia, a respeito do seu convívio com a Irmã Dulce, quando ela ainda se chamava Maria Rita Lopes Pontes. Foi nesse momento que tomei conhecimento de que a Irmã Dulce escrevera cartas e memórias sobre a quarta cidade mais antiga do Brasil.


DESEJA RECEBER O ARTIGO COMPLETO?
ENCAMINHE SEU PEDIDO PARA O AUTOR
Email: thiagofragata@gmail.com
Você receberá o artigo mediante pagamento de taxa de R$ 30,00 (trinta reais), esse valor simbólico custeará próximo livro de Thiago Fragata.

CRISTO REDENTOR DE SERGIPE

Thiago Fragata*

Recentemente, o Ministério Público solicitou parecer técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/SE) sobre as potencialidades culturais do Cristo Redentor de São Cristóvão. A iniciativa poderá resultar no tombamento, ou seja, “num ato administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados”.[1] No caso do monumento do Cristo, isso favorecerá a resolução de problemas que tem ameaçado sua integridade e salvaguarda. Intervir para apresentar dados históricos constitui o modesto objetivo desse artigo.

Em fevereiro do ano corrente, a Secretaria Municipal de Obras de São Cristóvão realizou alguns reparos na colina São Gonçalo, com pintura a cal do monumento e instalação de iluminação. Uma surpresa, pois a praxe era o prefeito alegar não existir recursos e que a obra era propriedade do Governo do Estado. Por isso o Cristo Redentor de São Cristóvão completou 80 anos em 2006 e nada foi realizado, nem liturgia, nem parabéns! Tivera uma “grande reforma” anunciada pelo governo municipal de 2003, que providenciou a imediata demolição dos banheiros públicos e do restaurante, mas ficou na propaganda.[2] E o descaso dos últimos anos apagou seus holofotes, o local virou zona marginal, de sacrilégios e depredações.

Antes de considerar o monumento sergipano, conveniente fitar o mais famoso redentor do Brasil. No dia 7 de julho de 2007 foi revelado “As Sete Novas Maravilhas do Mundo”, como resultado de um certame organizado pela UNESCO. Os monumentos mais votados foram: a Muralha da China, a cidade de Petra (Jordânia), Machu Picchu (Peru), Chinchén Itzá (México), o Colizeu (Roma), o Taj Mahal (Índia) e o Cristo Redentor (Brasil). A idéia de erigir o Cristo Redentor do Rio de Janeiro remonta o século XIX, mas somente em 1921, dentro das festividades do centenário da Independência do Brasil, ela começou a virar realidade. O projeto arquitetônico foi elaborado pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, seu desenho teve a genialidade do artista plástico Carlos Oswald, ficando a escultura aos cuidados do francês de origem polonesa Paul Landowski. Os trabalhos começaram em 1926 e sua inauguração em 1931.

Coincidência ou não, em 1926 foi inaugurado o Cristo Redentor de São Cristóvão. Conclusão: Sergipe tem a primeira estátua de Cristo Redentor do Brasil, fato ignorado por muitos sergipanos. O dado foi evidenciado no levantamento empreendido pelos pesquisadores da Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1984, que após identificar a existência de 1200 redentores brasileiros destacaram o exemplar sergipano como mais antigo e original, pois ele diverge da matriz carioca.

O Cristo Redentor sergipano foi construído entre os anos de 1924 e 1926, na colina São Gonçalo, há dois kilometros do centro histórico da ex-capital. A obra tem 16 m de altura (10 m de base e 6 m da estátua) e foi encomendada pelo Governo de Graccho Cardoso (1922/1926) ao arquiteto Bellando Belandi. Não foi possível localizar biografia desse artista, sabe-se que integrou a “missão italiana” ao lado de Serceli, Oreste Gatti, e Frederico Gentil. Em conjunto, esses homens inovaram a arquitetura sergipana nas primeiras décadas do século XX.[3]

A inauguração realizada no dia 24 de janeiro de 1926 foi marcada pelo discurso do padre Luiz Gonzaga, da Bahia.[4] A área ganhou restaurante e banheiros públicos em 1972, benfeitorias da administração municipal de Paulo Correia. Até meados da década de 1980, o Cristo era um legítimo atrativo turístico da cidade histórica, também área de lazer das famílias, de festas populares, excursões escolares e de missas campais. Desde a sua inauguração que a igreja organiza caminhada e soleniza o Cristo Rei perante a imagem. Curiosamente, o grupo folclórico Caceteiras mantém a tradição de dançar até ele para saudar a chegada do mês junino.

Infelizmente, o mérito do Cristo Redentor de Cristóvão permaneceu, permanece desconhecido pelas instituições culturais de Sergipe. Isso não é o pior. O Cristo Redentor de São Cristóvão fundado às expensas do Governo do Estado não é tombado pelo mesmo, tampouco pelo Governo Federal. Compare-se o disparate: o Cristo Redentor do Rio de Janeiro foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1937, o monumento sergipano é símbolo do descaso, pode voltar a enegrecer no limo e sofrer mais depredações.

No ermo da colina São Gonçalo o Cristo Redentor sergipano divide a paisagem com duas torres metálicas de telefonia, o que é um absurdo. A Carta de Atenas (1931), documento-base da orientação à salvaguarda do patrimônio arquitetônico, em seu parágrafo III, ao tratar da valorização dos monumentos, recomenda “a supressão de qualquer publicidade, da presença abusiva de postes ou fios telegráficos, de todas as indústrias ruidosas, e mesmo de chaminés altas na proximidade de monumentos artísticos ou históricos”.[5] Certamente que a retirada das horrendas torres dependerá da interpretação do parecer solicitado pelo Ministério Público ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Outro desdobramento possível do importante documento será uma pesquisa arqueológica para estudar as fundações na colina São Gonçalo. Sabe-se que o Cristo Redentor foi erigido sobre as ruínas de uma antiga construção. Teria sido a capela São Gonçalo ou São Cristóvão? O local foi uma missão jesuítica ou mais um sítio da ex-capital?[6] Somente a intervenção de peritos da arqueologia histórica poderá desenterrar a resposta para tais hipóteses.

A preservação do Cristo Redentor de São Cristóvão depende do seu tombamento, mas que não seja literal. Assim, aguardemos as providências do Governo Federal, Estadual e Municipal. A iniciativa do Ministério Público atenta para um princípio ausente nos programas das instituições de cultura e turismo. Para Sergipe divulgar Sergipe é preciso antes conhecer, conhecer porque não se valoriza e divulga um patrimônio cultural ignorado.


*Thiago Fragata é pós-graduando em História Cultural (UFS) e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS). E-mail: thiagofragata@gmail.com. artigo publicado no JORNAL DA CIDADE. Aracaju, 19/08/2008.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Cartilha do Tombamento. Pró-Memória, s/d.
[2] Conhecer Sergipe: Cristo Redentor de São Cristóvão. Cinform. Aracaju, ed. 1065, 8-14/9/2003, p. 10.
[3] PORTO, Fernando de Figueiredo. Alguns nomes antigos do Aracaju. Aracaju: Gráfica e Ed. J. Andrade, 2003, p. 38.
[4] BARRETO, Luiz Antônio. Graccho Cardoso: vida e política. Aracaju: Instituto Tancredo Neves, 2003, p. 81.
[5] PRIMO, Judite (Org.) Museologia e Patrimônio: documentos fundamentais. Cadernos de Sociomuseologia. São Paulo, 1999, N. 15, p. 79.
[6] WYNNE, Pires. História de Sergipe. Rio de Janeiro: Pongetti, 1972, p. 53.

IRMÃ DULCE EM SÃO CRISTÓVÃO: 75 anos de consagração


Irmã Dulce costumava dizer que a Bahia deu pra ela a família, mas São Cristóvão confirmara sua vocação religiosa. Poucos sergipanos sabem que a Irmã Dulce começou sua vida religiosa na quarta cidade mais antiga do Brasil em 1933.

No dia 16 de agosto completará 75 anos de sua ordenação como irmã da Imaculada Conceição no Convento de Nossa Senhora do Carmo. Confira programação do evento em Salvador (13/08) e em São Cristóvão (16/08). Participe!

Convento São Francisco: exemplar barroco


Acesse matéria exibida no Terra Serigy (TV SERGIPE), dia 26 de julho. A jornalista Sayonara Hygia entrevistou Thiago Fragata, o cicerone de São Cristóvão.

UNESCO PEDE O ADIAMENTO DO RECONHECIMENTO DA PRAÇA DE SÃO CRISTÓVÃO COMO PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

A reunião do Comitê do Patrimônio da Humanidade em Quebec, Canadá, ocorrida entre os dias 2 e 10 do corrente mês aprovou a indicação de 8 novos bens culturais para inclusão na lista do Patrimônio da Humanidade. Esses bens podem ser visitados na Malásia, Nova Guiné, Croácia, França, Alemanha, Itália, San Marino e Eslováquia. Infelizmente, a Praça São Francisco de São Cristóvão, em Sergipe, assim como os candidatos da Bolívia, Cuba, México e Nicarágua não cumpriram pré-requisitos necessários ao reconhecimento.

A depender dos requisitos ou providências a serem efetivadas em São Cristóvão conforme o Relatório da Visita Técnica realizada pelo ICOMOS, órgão que assessora a UNESCO, o reconhecimento da praça São Francisco será automático, é o que informa Luis Fernando de Almeida, Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), representante do Brasil com direito a voto no Comitê do Patrimônio Mundial.

O Relatório do ICOMOS discutido na reunião do Canadá pede as seguintes providências ao Governo do Estado parte da UNESCO, Brasil:

a) que seja realizado um projeto de saneamento, em parceria com o governo de Sergipe, para que o Rio Paramopama não continue a receber os esgotos e o lixo produzido pela população da cidade alta (centro histórico) e da cidade baixa. Para o Comitê do Patrimônio Mundial é inadmissível o reconhecimento de Patrimônio da Humanidade numa cidade que o meio ambiente sofre uma agressão tão nociva à preservação da vida.

b) Também, que seja elaborado um outro dossiê de inscrição, apresentando o centro histórico como candidato - e não uma praça -, visto que todo o centro histórico tem potencialidade para o reconhecimento.

c) Ao Município de São Cristóvão o Relatório do ICOMOS pede a imediata efetivação do Plano Diretor. Os representantes da Technum Consultoria, empresa contratada pela Prefeitura de São Cristóvão para elaboração do projeto, apresentaram na última reunião (12/06) a minuta da Lei do Plano Diretor de São Cristóvão que deve ser encaminhado a Câmara Municipal em breve.

Algumas iniciativas por parte do Governo do Estado visando à valorização do patrimônio cultural da quarta cidade mais antiga do Brasil devem ser lembradas, a exemplo do projeto para duplicação da rodovia João Bebe-Água e da fiação subterrânea da Praça São Francisco, em andamento. Elas integram o rol de providências solicitadas por Marco Antônio Faria Galvão, coordenador executivo da proposição de São Cristóvão, para o desenvolvimento do turismo.

Para Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão a Patrimônio da Humanidade: “o resultado da reunião do Canadá é paradoxalmente animador. Eles concordam que temos em Sergipe uma cidade que reúne potencialidade para o reconhecimento internacional, mas cobra providências das autoridades do Governo em suas respectivas instâncias (Federal, Estadual e Municipal); providências que irão alavancar o turismo, preservar o meio ambiente, enfim, melhorar a qualidade de vida. Objetivamente, o Comitê do Patrimônio Mundial decidiu no Canadá que a chancela para Sergipe está condicionada a vontade política”.

Zeca Camargo em São Cristóvão/SE

Zeca Camargo esteve em São Cristóvao na manhã do dia 4/7. Gravou matéria para o Fantástico sobre a Praça São Francisco. Entrevistou Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade. Confere no domingo, vai!

SÃO CRISTÓVÃO JÁ É PATRIMÔNIO NACIONAL, QUEREMOS SÃO CRISTÓVÃO PATRIMÔNIO MUNDIAL!


A candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão a Patrimônio da Humanidade será divulgada na reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, em Quebec, no Canadá, que começará amanhã 2 estendendo-se até o dia 10 do mês corrente.

O chefe da delegação brasileira, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, que tem acento e voto na Comitê do Patrimônio Mundia participará da reunião. Além de avaliar os pedidos de inscrição na lista do Patrimônio Mundial, o referido comitê discute estratégias para a proteção dos sítios reconhecidos e busca minimizar o impacto da mudança climática nas regiões protegidas. O Brasil possui, hoje, 17 sítios registrados na Lista de Patrimônio Mundial da Humanidade, entre eles a cidade de Brasília e o Centro Histórico de Ouro Preto.

São Cristóvão foi fundada primeira capital de Sergipe em 1590. A quarta cidade mais antiga do país, é testemunho do processo de ocupação da região e exemplo de implantação de vila fundada sob o reinado de Filipe II, época em que Portugal esteve por 60 anos sob o domínio da Espanha. Em 1657, os franciscanos chegaram à cidade e proporcionaram a São Cristóvão o mais expressivo conjunto arquitetônico remanescente da cidade - a Praça São Francisco. Os limites da praça são definidos pela Igreja, Convento de São Francisco e a Capela da Ordem Terceira (hoje Museu de Arte Sacra), que datam de 1693, e pela Santa Casa e Igreja de Misericórdia, o Palácio Provincial e o casario antigo. Edificada no período em que o Brasil esteve sob duas coroas, a praça guarda características que a tornam singular, única no processo de conquista e formação do território brasileiro.

Até hoje, a praça ilustra a vitalidade de um espaço público aberto, íntegro em sua configuração urbana no decorrer de quatro séculos, adaptado aos usos cotidianos e esporádicos. Consolidou-se como marco de referência urbana e como espaço de representação dos poderes religioso e civil. É também um local de encontro, comemorações, representações folclóricas, festas de religiosidade coletiva e das manifestações lúdicas e musicais.

Todos os parceiros e membros da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade, coordenada por Thiago Fragata, aguarda com ansiedade o resultado final do pleito.

Pronunciamento na Assembléia Legislativa de Sergipe, 03/04/2008



Nobres deputados, bom dia!

Primeiro gostaria de agradecer em nome dessa entusiasmada platéia e das entidades que formam a Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão ao título de Patrimônio Universal da Humanidade pela oportunidade concedida por esta Casa, mediante indicação do deputado Prof. Wanderlê Correia, a quem saúdo em nome de todos os parlamentares. Também agradecer ao presidente da Assembléia, deputado Ulisses Andrade, hoje representado pelo deputado André Moura, pela atenção e infra-estrutura disponibilizada para esse pronunciamento.

Minha intenção aqui é esclarecer aos nobres deputados e a imprensa sergipana sobre o processo da candidatura, o significado do reconhecimento concedido pela UNESCO para uma praça aparentemente igual a dezenas de outras praças existentes nesse Brasil e, finalmente, o que a consagração dessa praça pode representar para o turismo, para as obras estruturais e até para do orgulho do povo sergipano. Haja vista que o menor Estado da federação nunca participou do pleito internacional organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura desde 1972, que já reconheceu como Patrimônio da Humanidade bens culturais nos Estados de Minas Gerais, Pernambuco e Bahia.

No mês fevereiro, dia 14, o arquiteto Marco Antônio Faria Galvão, que coordenou os trabalhos de elaboração da Proposição de Inscrição da Praça São Francisco na lista de Patrimônio Mundial, esteve em São Cristóvão para reunião com representantes da Prefeitura Municipal de São Cristóvão, do Governo do Estado, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do Programa Monumenta e da comunidade sancristovense. Na ocasião ele apresentou um anexo da proposição sugerido por Dora Ariza Gusmán, representante da UNESCO quando da sua visita técnica em agosto do ano passado. Lembrou Marco Antônio, pessoa da mais alta competência que coordenou em 2001 a vitoriosa campanha de Goiás a Patrimônio da Humanidade, que a reunião da UNESCO que decidirá sobre o titulo da cidade sergipana ocorrera no mês de junho, sendo confirmada em dezembro desse ano, de 2008!

Como é sabido de todos, São Cristóvão passou por um período de instabilidade política no segundo semestre do ano passado que prejudicou o andamento do processo de candidatura. Lembro que o Governador Marcelo Déda chegou a comentar na imprensa sua preocupação. Felizmente, o vereador Alexander Rocha, que assumiu o executivo do município no dia 23 de novembro de 2007, tem organizado e reorientado a administração, inclusive ativando os trabalhos do Plano Diretor, que é um pré-requisito exigido pela UNESCO para a tão esperada chancela. Coincidentemente, a última Oficina do Plano Diretor de São Cristóvão, antes da proposta virá Lei Municipal, está acorrendo na manhã de hoje no Mercado de Artesanato Governador Albano Franco.

Fazendo uma retrospectiva do processo da candidatura, é preciso lembrar, reconhecer e agradecer ao ex-governador João Alves Filho, pelo empenho demonstrado na primeira fase da candidatura. Ele, nobres deputados, foi pessoalmente à sede da UNESCO, em Paris, saber dos critérios e das condições a serem atendidas. Isso em 2005. E junto com representantes do IPHAN, do Programa Monumenta e da Secretaria de Estado da Infra-estrutura não poupou esforços para concretizar a propositura para inscrição.

Assinam os textos da Proposição de Inscrição da Praça São Francisco na lista de Patrimônio Mundial, coordenada pelo já citado Marco Antônio Faria Galvão, intelectuais, a maioria sergipanos, a quem registramos nominalmente. Nossas homenagens a José Leme Galvão Junior, as professoras Maria Thétis Nunes e Aglaé D’Ávila Fontes, Augusto Silva Teles, Luiz Fernando Ribeiro Soutelo e Edinaldo Batista dos Santos.

Citei o ex-governador João Alves Filho, mas não é menor ou maior o mérito do Governador Marcelo Deda Chagas. Primeiro, por ter encarado o caso como importante para o Estado, por essa razão acima das diferenças partidárias que sempre prejudicaram a continuidade de ações acertadas, alvissareiras como o caso da candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão ao título de Patrimônio Universal da Humanidade. Segundo mérito do governador Marcelo Déda foi do seu compromisso em atender todas as etapas exigidas pela UNESCO. Lembro que na ocasião da visita técnica que fez a Sergipe, Dora Ariza Gusmán, representante da UNESCO, e Eugênio Ávila Lins, Vice-Presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), em agosto do ano passado, o Governador Marcelo Déda reiterou o apoio e interesse do seu governo em ter a ex-capital do Estado reconhecida Patrimônio da Humanidade, ficando as secretarias que compõem a máquina administrativa a disposição para se empenhar no caso.

Mas, o que diferencia, o que torna singular a praça histórica de um município localizado no menor Estado da federação? Em outras palavras, o que potencializa aquele bem cultural para candidata?

Os argumentos que embasam a inscrição da candidatura compõem um documentário elaborado recentemente pela Universidade Federal de Sergipe e que logo será exibido nessa tribuna. São dois argumentos. O primeiro lembra que a colonização do território sergipano no final do século dezesseis, então parte da Capitania da Bahia, se deu na época da União Ibérica, quando Portugal e sua colônia Brasil eram governados pelo rei da Espanha, Felipe II. E que dessa forma a Praça se acha inserida harmonicamente numa via urbana regida por um antigo código de leis conhecido como Ordenações filipinas. Um segundo argumento mostra a importância do majestoso conjunto arquitetônico do Convento São Francisco, da Santa Casa de Misericórdia, do antigo Palácio Provincial, hoje Museu de Sergipe e do Museu de Arte Sacra, símbolos da poder civil e religioso que contracenaram ao longo dos séculos com as manifestações populares, contracenaram na Praça. Por essa condição de cenário das manifestações culturais, de todas as modalidades, a procissão do Fogaréu, a grande concentração da Procissão do Senhor dos Passos, o Carnaval de frevo, hoje sucesso nacional, ou ainda o Festival de Arte de São Cristóvão. Lembro que no último dia 17 de março, a corrida de Aracaju, como é tradição concentrou os atletas na referida praça celebrando de forma simbólica o percurso da Mudança da Capital, fato que completou 153 anos. Há 153 anos São Cristóvão passou o bastão da corrida para Aracaju, mas a quarta cidade mais antiga do Brasil permaneceu Capital da cultura daí a mais nova corrida, o prêmio que hoje envida esforços e estamos aqui para convidá-los a vestir a camisa dessa maratona.

Como já disse o único pré-requisito exigido pela UNESCO, que preocupa a Comissão, é a efetivação do Plano Diretor de São Cristóvão, que a gente espera, seja efetivado antes do mês de junho. Mais uma outra medida na estrutura do conjunto arquitetônico da praça candidata que tem preocupado a todos nós é a fiação subterrânea. A fiação subterrânea era pra ter sido colocada durante revitalização da praça, ocorrida ano passado, imagine que por desentendimento no contrato entre a ENERGISA e a empresa o calçamento da praça foi trocado e a tubulação por onde correria os fios não foi colocada. Sabemos que os técnicos da Empresa WGA prometeram em reunião com o Prefeito de São Cristóvão iniciar o serviço no início do mês passado, o que não se deu até esse momento.

Uma questão sobre essa, nós e a própria Prefeitura que tem integrado essa Comissão, fica sem poder para intervir. Foi justamente para chamar atenção dos parlamentares da Câmara Federal sobre esses problemas infra-estruturais que o Deputado Iran Barbosa fez discurso no mês passado, e é também para isso que convidamos os senhores para priorizaram na agenda de trabalho um acompanhamento sobre esses problemas da praça de São Cristóvão. Lembrando que essa luta não é somente de São Cristóvão, ela deve arregimentar as forças que se concentram nessa Casa e que trabalha para o progresso de Sergipe. Como seria importante para a campanha a elaboração de MOÇÃO DE APOIO da Assembléia Legislativa assinada por seus deputados. Uma moção que chegasse fosse publicada na imprensa, que chegasse a Brasília, na Câmara Federal, no Senado, no Congresso, que chegasse aos representantes da UNESCO no Brasil. Que chegasse a sede da UNESCO, em Paris! É o que sugerimos, é o que imploramos!

Precisamos dar uma maior visibilidade aquela praça e levar aos sergipanos esses esclarecimentos, dessa forma, porque não celebrar a cultura e a arte sergipana naquele cenário, num evento que mobilize a população, que divulgue e faça aumentar a torcida. Deixamos a critério das decisões coletivas ou individuais, o apoio para esse evento que pode muito bem se chamar CELEBRAR SÃO CRISTÓVÃO que pode ser realizado com o apoio dos nobres deputados, na segunda quinzena de maio.

Que benefícios um reconhecimento como esse pode ajudar o desenvolvimento de Sergipe? Essa é, geralmente, a pergunta que se faz. Levo ao conhecimento de todos que a UNESCO mantém um fundo internacional, ainda que desconheça os meandros burocráticos, sabemos que existe, sendo portanto uma fonte promissora. Ainda sobre recursos, não faz muito tempo o PRODETUR NORDESTE trouxe para Sergipe desenvolvimento. Através dele, Sergipe teve estradas asfaltadas, pontes construídas, patrimônio reformado, feiras culturais organizadas e uma série de obras realizadas nos municípios que faziam parte do Pólo Costa dos Coqueirais. Esse programa está sendo reeditado como o nome de PRODETUR NACIONAL, é em grande parte patrocinado pelo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Senhores, a consagração de São Cristóvão contribui para consolidar Sergipe como rota do Turismo internacional, apesar dos problemas que ainda temos nessa área. Essa visibilidade que ganhará nosso Estado nos deixa otimistas, além de orgulhosos, imagine que além do BID, outras instituições e programas internacionais despertem o interesse em agregar seus nomes a Sergipe.

Mesmo que não existam verbas federais exclusivas, destinada os Estados que mantenham bens culturais ou naturais reconhecidos como Patrimônio da Humanidade, sabemos o quanto esse título internacional justifica a prioridade e agilidade na liberação de recursos. A burocracia tem sido um grande entrave na preservação das cidades históricas brasileiras.

Uma cidade patrimônio da humanidade pode justificar a liberação de maiores recursos e agilidade dessa liberação. Os recursos que hoje chegam para preservar o patrimônio cultural da cidade são liberados à conta gotas pelo Governo Federal, em dose paliativa e sempre para remediar quando o correto seria para prevenir o comprometimento das estruturas dos prédios. Imagine, nobres deputados, que a Igreja mais antiga de Sergipe, que é a Igreja de Nossa Senhora da Vitória, um marco da colonização, da religião e da arquitetura, porque completa 400 anos de fundação no corrente ano, se acha em estado de abandono, a espera da liberação de recursos desde o início do ano passado.

Eram estas as observações que tinha para compartilhar com os senhores deputados, fico a disposição para maiores esclarecimentos.

Deixo a frase que tem embalado a torcida dessa campanha que não pára de crescer: São Cristóvão já é Patrimônio Nacional, queremos São Cristóvão Patrimônio Mundial!

UNIT discute a candidatura da Praça São Francisco

Na última terça-feira, 15/4, a II Semana de Extensão da UNIT foi marcada pela conferência proferida por Marco Antônio Faria Galvão, coordenador da propositura da Praça São Francisco de São Cristóvão a Patrimônio da Humandade. Centenas de estudantes e os docentes do curso de História, Turismo e aréas afins marcaram presença. Leia mais: www.unit.br/ler.asp?id=6814&titulo=noticias

Moção de apoio da Assembléia Legislativa

O Professor Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão a Patrimônio da Humanidade, ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa, na última quinta-feira (3/4), para esclarecer aos deputados e a sociedade sergipana a importância da referida candidatura e o que a vitória representa para o progresso de Sergipe. Na ocasião, fez uma retrospectiva do processo iniciado em 2005, detalhou a proposição de inscrição e solicitou dos parlamentares uma moção de apoio ao pleito internacional. A eleição final está prevista para início de julho, em Quebec, Canadá.
Leia mais:

Pronunciamento do Prof. Iran Barbosa, Deputado Federal, sobre Candidatura da Praça São Francisco

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o meu Estado, Sergipe, tem a quarta cidade mais antiga do Brasil: São Cristóvão. Foi a primeira Capital sergipana. Se não bastasse essa importante referência, essa pequena, porém histórica, cidade pode vir a ter, este ano, um de seus espaços reconhecido como Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Trata-se da Praça São Francisco, que agrega um belíssimo conjunto arquitetônico, construído no século XVII. Reconhecemos que ele está pouco cuidado em uma parte, e em outra parte está havendo reforma, o que exige muito mais atenção das autoridades e órgãos competentes responsáveis pela preservação do nosso patrimônio histórico. O título que será emitido pela UNESCO está sendo avaliado. O resultado sairá ainda este ano. A beleza do sítio histórico, caros colegas Parlamentares, composto pelo Convento de São Francisco, pelo Palácio Provincial, pela Casa do Ouvidor e por todas as edificações em seu entorno é de beleza singular, encontrada em poucos lugares do mundo, do mesmo período. É de uma beleza realmente indiscutível. Mas, infelizmente, as obras de restauração ainda não finalizadas estão comprometendo aquele belo cenário colonial. A restauração que aquele conjunto arquitetônico vem recebendo caminha de maneira lenta, e deveria ter sido concluída no mês de setembro do ano passado. Todos nós sabemos o peso que tem um título de Patrimônio Histórico da Humanidade, pois incentiva o turismo, fomenta o comércio, gera divisas e traz conseqüente progresso para a cidade contemplada. São Cristóvão nivelará a primeira Capital dos sergipanos a outras grandes cidades do mundo que possuem semelhante título. Mas também é certo que não basta apenas tombar um patrimônio histórico. É necessário, antes de qualquer coisa, zelar por sua preservação e manutenção para fazer jus a tão honroso título.

É preciso acelerar não só a reforma da Praça São Francisco, como também de várias construções históricas de São Cristóvão. Além disso, como bem sugerem moradores e guias turísticos locais, deve haver maior divulgação turística daquele conjunto arquitetônico; melhoramento geral na estrutura da cidade, de restaurantes e de hotéis; e sinalização dos pontos turísticos para receber bem turistas e visitantes.

De acordo com informações que colhemos na imprensa, a Secretaria de Cultura do município está com um trabalho de divulgação já pronto. E uma campanha publicitária, em parceria com a UNESCO e órgãos estaduais, será feita não só na cidade, mas também em âmbito nacional e internacional, para divulgar as potencialidades turísticas de São Cristóvão, o que é bastante bem-vindo.

O mais importante, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, é que a cidade sergipana de São Cristóvão, um rico conjunto arquitetônico com mais de 400 anos, merece destaque como Patrimônio Histórico da Humanidade. E que o seja a Praça São Francisco, o que deixará feliz não só o povo daquela cidade, caso o título se concretize, mas também todos os sergipanos. Tal fato pode mudar sensivelmente a vida naquele município. Apesar de toda a riqueza histórica e arquitetônica, ele padece de fraco desenvolvimento econômico e social. O turismo pode ajudar a mudar essa realidade.Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste pronunciamento nos meios de comunicação da Casa.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ
Sessão: 025.2.53.O Hora: 14:20Fase: PE
Orador: IRAN BARBOSA, PT-SE
Data: 04/03/2008

O que tem a Praça São Francisco que faz dela uma forte candidatura ao título de Patrimônio da Humanidade?


A representação do valor cultural em nível universal, que permitirá chancelar sua inscrição na lista dos bens culturais do Patrimônio Mundial, está mais bem fundamentado em dois pontos:

a) O conjunto urbano e os valores culturais da Praça São Francisco, por representarem um dos melhores exemplos de praça européia adaptada a uma cidade colonial nos trópicos, testemunho da estrutura urbana implantada sob os cânones das Ordenações Filipinas, quando estavam Portugal e Espanha sob uma única Coroa. Recuada da costa marítima, com suas relações de comprimento e largura ajustadas ao preconizado na “Lei IX” das Ordenações, bem como as quatro vias secundárias e principais desaguando nos quatro vértices, em tudo relembra o que se recomendava para a Praça Maior. Ali se insere o convento franciscano, similar a seus pares implantados no nordeste brasileiro entre os séculos XVII e XVIII, caracterizados por uma organização espacial adaptada ao clima e à trama urbana. Particularmente, o convento São Francisco por ter sido o único, entre outros conventos franciscanos, a ter no prolongamento de seu adro, uma praça que guarda uma relação marcante com o tecido urbano onde foi implantada com harmoniosa inserção urbana e paisagística no centro histórico.

Único ainda, pois foi enriquecido por um claustro que se mostra uma obra de arte excepcional, no âmbito da arte e da arquitetura barrocas pelo aproveitamento de material da região, o calcário, esculpido com motivos fitomórficos, em parte inspirados na flora tropical. Constituíram exemplos excepcionais da fusão de valores e cultura de povos europeus, indígenas e africanos, materializando uma obra de arte inédita.

b) Pela permanência histórica da Praça São Francisco como local de expressão das manifestações da cultura tradicional e popular. Local do encontro, das celebrações, das representações folclóricas e festas da religiosidade coletiva e das manifestações lúdicas e musicais. Consolidou-se como ponto focal e marco de referência urbana, e conservou-se também como espaço de representação dos poderes religioso e civil. São expressões únicas das culturas material e imaterial convergindo em um único ponto, a Praça São Francisco, testemunho ímpar da história de conquista do território brasileiro.

MANIFESTO PRÓ-CANDIDATURA DA PRAÇA SÃO FRANCISCO DE SÃO CRISTÓVÃO A PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

No mês de junho do corrente ano, em Paris, na França, comissão da UNESCO julgará candidatura para inclusão da Praça São Francisco de São Cristóvão, ex-capital de Sergipe, na lista de Patrimônio Universal da Humanidade. O potencial cultural ostentado pela “quarta cidade mais antiga do Brasil” explica o sucesso alcançado em todas as etapas do pleito iniciado em 2005. Porém, não fosse o bom senso do Governador Marcelo Deda de entender a inscrição feita durante gestão de João Alves Filho, como uma causa nobre, acima das diferenças políticas e importantíssima para o progresso de Sergipe, não teríamos assistido as diversas ações que embalaram o sonho até o presente momento.

Em março de 2006, o arquiteto Marco Antônio Faria Galvão, contratado pelo Governo do Estado, deu início às atividades de elaboração da propositura de São Cristóvão na lista do Patrimônio Universal da Humanidade envolvendo diversos profissionais, intelectuais e artistas sergipanos a partir do apoio da Secretaria de Estado da Infra-estrutura, do Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e da Prefeitura Municipal de São Cristóvão. Mediante avaliação feita na visita técnica realizada em julho de 2007 pela representante da UNESCO, Dora Aríza Gusmán, e pelo Vice-presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (ICOMOS), Eugênio de Ávila Lins, foi elaborado anexo que figura como último pré-requisito para o certame.

Assim, em nome do justo e alvissareiro título pleiteado por São Cristóvão e que beneficiará Sergipe, seja pela sua consagração como rota do turismo nacional e internacional, seja pela atração de parceiros e recursos que um Estado reverenciado com uma cidade Patrimônio da Humanidade enseja, convocamos a todas as autoridades em suas diversas instâncias políticas e jurídicas; convocamos a imprensa falada, escrita e televisada; convocamos os cidadãos dos 75 municípios para juntos abraçarmos essa causa que enobrece a sergipanidade.

COMISSÃO PRÓ-CANDIDATURA DA PRAÇA SÃO FRANCISCO A PATRIMÔNIO UNIVERSAL DA HUMANIDAD

Louvor, tradição e fé: História e cotidiano da Praça São Francisco*

Por Thiago Fragata**

A antiga São Cristóvão tem configuração urbanística medieval - lembra uma acrópole grega – arquitetada segundo a mentalidade de seus benfeitores em duas cidades ou planos: a cidade-alta e a cidade-baixa. A cidade-alta, ou centro histórico, sediava a estrutura do poder político-judicial e religioso da Capitania de Sergipe D’El Rey; quanto à cidade-baixa, estava destinada ao comercio e a pesca facultada pelo rio Paramopama, afluente do rio Vaza-barris que constituía principal zona da produção canavieira. As “cidades” aglomeravam atores distintos, classes distintas que, em raríssimas ocasiões, contracenavam nas praças da urbe secular. No centro histórico encontramos a Praça da Matriz, a Praça do Carmo e a Praça São Francisco. Essas praças testemunharam as batalhas, as solenidades cívicas, os atos religiosos e as festas, enfim os momentos mais especiais da vida sancristovense.

A Praça São Francisco tem História. Dentre tantos conceitos que a palavra praça pode representar, o mais compreensível de todos é o de um espaço amplo e aberto cercado de edifícios. Dessa forma ponho em relevo o caso da Praça São Francisco, nome emprestado do antigo e portentoso Convento que junto com a Santa Casa de Misericórdia, o Palácio Provincial e a Ouvidoria desenham seu retângulo ou seu espaço de vivências. No desenrolar dos séculos a memória dessa praça assustaria o leigo: colonizadores despossuídos rogam auxílio às portas da Misericórdia, assim como os órfãos, as viúvas e tantos infelizes; holandeses queimam e matam pelo controle da cidade amontoando defuntos no espaço público; franciscanos arregimentam trabalhadores para construção de um convento; frequentemente, solenidades garbosas marcam a posse de capitães-mores e ouvidores.

Povo, poder e clero deixaram suas pegadas na Praça São Francisco. Tantas personalidades... seria inútil citar e impossível quantificar. Incita nossa imaginação pensar o que pensou/sentiu Gregório de Matos Guerra quando esteve em São Cristóvão em fins do século XVII. Embora não tenha pintado com seus versos sarcásticos uma lisonjeira “Descrição da cidade de Sergipe Del Rey”, o poeta barroco afirma ter encontrado “dois conventos, seis padres, três letrados”.[1] No entanto, a antiga capital sergipense, pacata demais, pobre demais, diferente da capital baiana, Salvador, que também não tinha o afeto de “Boca do inferno”, no século XX agrada Irmã Dulce no momento em que inicia seus estudos num dos conventos da cidade (1933). Em São Cristóvão, a “mãe dos pobres” é batizada com o nome da avó na Congregação da Imaculada Conceição. Considerada santa em razão dos seus trabalhos sociais e do seu devotamento, a Irmã Dulce tem seu nome na lista dos brasileiros que esperam a canonização do Vaticano.

A Praça de São Francisco tem religião. Não apenas o convento que outrora abrigou a ordem franciscana tão dinâmica na vida social da cidade, mas os carmelitas e religiosos das tantas irmandades católicas sempre organizaram quermesses, sermões, missas campais e procissões nessa praça. Tanto a Procissão do Senhor dos Passos quanto a Procissão do Fogaréu e a encenação da Paixão de Cristo tem seu enredo, cenário e palco na Praça São Francisco. E ela tem efetivamente participado do cotidiano da cidade em mais de quatros séculos de experiência histórica.

A Praça São Francisco tem festa. Espaço principal de eventos como o Carnaval, o São João, a Cidade Seresta e o Festival de Arte de São Cristóvão, nela se concentram os respectivos brincantes do frevo, do forró, da boemia e da cultura popular. O patrimônio imaterial ganha relevo nesta praça. Nas serestas milhares de espectadores festejam o desempenho de astros da música nacional no cenário barroco que complementa o romantismo de canções e noites enluaradas.

Por último e não menos importante, vale ressaltar que a referida praça é um postal completo da cidade histórica, êxtase dos visitantes e pesquisadores, o que nos remete a verdade de Eurico Amado quando reputa que “a Praça São Francisco é, com certeza, o mais belo e harmonioso conjunto arquitetônico colonial do Brasil. Nela o visitante tem a impressão de estar integrado num longínquo instante da História, convivendo com as primeiras raízes da nacionalidade”.[2] Não se pode esquecer que o Museu Histórico de Sergipe e o Museu de Arte Sacra estão situados na referida praça, respectivamente, nas dependências do antigo Palácio Provincial (1960) e na Ordem Terceira do Convento São Francisco (1974). Um e outro permitem ao visitante conhecer o imaginário e a reconstituir a vida, o ambiente religioso e social dos séculos XVII, XVIII, XIX e início do XX.



* Proposição de inscrição da Praça São Francisco a Patrimônio da Unesco. Aracaju: Secretaria de Estado da Infra-Estrutrura, IPHAN, Prefeitura Municipal de São Cristóvão, 2006, p. 117-122.

** Thiago Fragata - Co-autor da Proposição e coordenador da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão na lista de Patrimônio da Humanidade; Pós-graduando em História Cultural pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Professor da Rede Estadual de Educação (SEED-SE) e sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS). E-mail: thiagofragata@gmail.com

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] - NUNES, Maria. Sergipe Colonial II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996, p. 317.

[2] - CARVALHO, Eliane Maria Silveira Fonseca. São Cristóvão e seus monumentos: 400 anos de História. Aracaju, 1989, p. 27.

SOBRE A PROPOSIÇÃO DE INSCRIÇÃO DA PRAÇA SÃO FRANCISCO EM SÃO CRISTÓVÃO NA LISTA DO PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE


Por Thiago Fragata*


São Cristóvão, em Sergipe, afamada quarta cidade mais antiga do Brasil, vive a expectativa de ser consagrada Patrimônio da Humanidade. A possibilidade foi confirmada recentemente pela Unesco. A Proposição de Inscrição da Praça São Francisco em São Cristóvão na Lista do Patrimônio Mundial foi elaborada mediante supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), patrocínio do Governo do Estado de Sergipe, através da Secretária de Infra-Estrutura, e apoio da Prefeitura Municipal de São Cristóvão (PMSC). Alguns intelectuais contribuíram na concepção do trabalho com textos específicos sobre variados aspectos da cidade histórica.

O presente artigo pretende informar a respeito do pleito e conteúdo da proposição. Antes de resenhar os textos que compõem a obra, convém salientar o excelente levantamento cartográfico nele apresentado. Mapas dos séculos XVII, XVIII e XIX permitem vislumbrar a posição, a toponímia e as mudanças da cidade. Uma linha do tempo combina a efeméride sancristovense e o inventário dos bens imóveis. Belas fotos da década de 1940 do casario e templos religiosos fazem paralelo com tomadas recentes, inclusive, aéreas.

O primeiro artigo, “A cidade de São Cristóvão na formação histórica sergipana: da colônia aos dias atuais” é assinado por Maria Thétis Nunes. Nele a trajetória da conquista territorial, a colonização e a urbanização da cidade foram pormenorizadas, com ênfase nos principais lances da vida política sergipana que tiveram o cenário da ex-capital.


A “Evolução urbana de São Cristóvão: análise da evolução morfológica do espaço urbano” tem autoria de José Leme Galvão Junior. Apresenta 8 momentos da evolução urbana da cidade tendo como referência o Plano Urbanístico elaborado pelo Prof. Américo Simas, em 1979. Deixa patente que a fundação (1590-1606), a Mudança da Capital (1855) e a chegada da via férrea (1912) foram os momentos de maior transformação do cenário urbano, tanto na cidade-alta quanto na cidade-baixa.


Intitulado “São Cristóvão: urbanismo e arquitetura”, o artigo de Augusto Silva Teles trata da constituição da trama urbana do centro histórico, mostrando a arquitetura dos templos religiosos, praças e dos prédios civis. Interpreta as praças da Matriz, do Carmo e a São Francisco - objeto da candidatura de São Cristóvão - enquanto logradouros formadores do núcleo histórico. Faz análise substancial da Praça São Francisco desvelando seu valor cultural e justificando sua inscrição na lista dos bens culturais do Patrimônio Mundial, nas categorias II e IV.


O Professor Luiz Fernando Ribeiro Soutelo, por sua vez, assina o texto “Convento de Santa Cruz e a Igreja Conventual: a presença franciscana”. Esclarece que a obra autorizada pelo Capitulo Provincial em 1657 demorou mais de um século para ganhar o formato atual em razão da pobreza do lugar e da ordem religiosa. Seu relato abrange todas as dependências do majestoso convento, destacando ícones e esculturas da sacristia, claustro, altares, retábulos, etc. Atenta que o templo é único no Brasil em que a Ordem Terceira (onde funciona o Museu de Arte Sacra) é perpendicular ao convento.

“Louvor, tradição e fé: História e cotidiano da Praça Francisco” tem marca de José Thiago da Silva Filho (Thiago Fragata). Rememora lances e personagens enredados no aludido cenário. Apresenta a praça que fundamenta o pleito internacional enquanto espaço de festas, de religião e lazer. Endossando parecer de Eurico Amado o historiador assinala que “a Praça São Francisco é, com certeza, o mais belo e harmonioso conjunto arquitetônico colonial do Brasil. Nela o visitante tem a impressão de estar integrado num longínquo instante da História, convivendo com as primeiras raízes da nacionalidade”.

A Professora Aglaé D’Ávila Fontes apresenta “São Cristóvão: aspectos culturais”. Mostra que a religiosidade do cenário, representada nas igrejas e diversas irmandades de outrora, é o fulcro das manifestações populares de louvor e alegria, como as procissões e o folclore. Dentre os festejos trata do Carnaval, do São João, da Seresta e do Festival de Arte de São Cristóvão. Explana sobre o artesanato nas suas diversas categorias: cestaria, escultura, artes plásticas, culinária, ponto-de-cruz, etc

No último artigo, Edinaldo Batista dos Santos traça “A Paisagem e o Homem: aspectos sócio-ambientais”. Embasado em números do Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE), o autor discute o saneamento ambiental e as potencialidades naturais da cidade, o que amplia sua vocação para o turismo. Sobre os recursos hídricos, informa que as bacias do rio Sergipe e do Vazabarris banham a cidade, e que maior parte dos problemas da qualidade de vida da população tem relação com a água.

A Convenção Internacional sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, criada na 17ª. Conferência Geral da Unesco em 1972, organiza a eleição e lista do patrimônio mundial. Seu objetivo é desenvolver ações para guarda e proteção de bens culturais ou naturais que tenham importância universal excepcional.

De acordo com o tramite burocrático, São Cristóvão recebeu visita da comissão do ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios), ocorrida em julho de 2007, que avaliou o potencial da Praça São Francisco, principal conjunto arquitetônico e objeto da inscrição. O parecer emitido influirá no resultado do pleito. A exemplo de Ouro Preto, Olinda, Salvador e Goiás, foi ressaltado que São Cristóvão reúne potencialidades indiscutíveis para merecer a unanimidade dos jurados. O patrimônio cultural dos sergipanos, orgulho de João Bebe-Água, merecemerece o reconhecimento internacional.

Thiago Fragata - Co-autor da Proposição e coordenador da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão na lista de Patrimônio da Humanidade; Pós-graduando em História Cultural pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Professor da Rede Estadual de Educação (SEED-SE) e sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS). E-mail: thiagofragata@gmail.com

CRONOLOGIA DA CANDIDATURA DA PRAÇA SÃO FRANCISCO DE SÃO CRISTÓVÃO NA LISTA DO PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

2005 - Governador João Alves Filho em viagem a Europa busca informações na sede da Unesco, em Paris, na França, sobre os critérios exigidos para inscrição de São Cristóvão como Patrimônio Universal da Humanidade. No seu retorno, Governador agenda reunião com a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Sergipe (IPHAN/SE) e formaliza solicitação para que este junto a Secretaria de Infra-Estrutura (SEINFRA) pudesse traçar um plano de ações visando candidatura de São Cristóvão.

2006 - Marco Antônio Faria Galvão, arquiteto que coordenou a candidatura do centro histórico de Goiás reconhecido Patrimônio da Humanidade em 2003, foi contratado pelo Governo do Estado para coordenar equipe de estudos visando elaboração da propositura sergipana.

5/3/2007 – Diretor do Centro do Patrimônio Mundial, Francesco Bandarin, informa que a propositura da Praça São Francisco de São Cristóvão foi aceita na sede da UNESCO, em Paris, por atender os critérios técnicos exigidos pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (ICOMOS).

8/7/2007 – Governador Marcelo Deda compromete-se a cumprir todas as etapas da candidatura perante a representante da UNESCO, Dora Aríza Gusmán, e o Vice-presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (ICOMOS), Eugênio de Ávila Lins, que juntos visitaram a Praça São Francisco e prestigiaram manifestações culturais de São Cristóvão. A comissão internacional reuniu-se com diversas instituições para debater a candidatura, a exemplo da Secretaria de Estado da Infra-estrutura, de Cultura, de Turismo; da Prefeitura Municipal de São Cristóvão, do Tribunal de Justiça; do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do Instituto Histórico, Geográfico de Sergipe; Universidade Federal de Sergipe e comunidade sancristovense.

09/2007 - Representante do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil apresentou parecer técnico na sede da UNESCO, em Paris, aonde sugeriu elaboração de anexo para completar a propositura. Esse anexo deveria tratar não apenas da Praça São Francisco de São Cristóvão mais destacasse suas particularidades num quadro comparativo com outras praças existentes na América Latina. Parecer técnica enfatizou também a implantação de um plano diretor na cidade histórica como pendência para legitimidade da candidatura.

13/02/2008 – Marco Antônio de Faria Galvão expõe o anexo III aos representantes do Governo do Estado de Sergipe, IPHAN-SE, Prefeitura Municipal de São Cristóvão, Monumenta e comunidade em geral. Dois dias depois protocola na sede do IPHAN, em Brasília, o anexo que deverá completar a propositura a ser julgada finalmente em junho pela comissão da UNESCO.

15/02/2008 – Formada Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco de São Cristóvão Patrimônio da Humanidade que objetiva divulgar e mobilizar forças políticas e o povo sergipano em prol da candidatura da cidade sergipana.

Lista de bens culturais e naturais do Brasil reconhecidos Patrimônio da Humanidade pela UNESCO

PATRIMÔNIO HISTÓRICO
1980 - Cidade Histórica de Ouro Preto
1982 - Cidade Histórica de Olinda
1985 - Centro Histórico de Salvador, Bahia
1985 - Santuário de Bom Jesus em Congonhas
1986 - Parque Nacional do Iguaçu
1987 - Brasília
2001 - Centro Histórico da Cidade de Goiás

PATRIMÔNIO NATURAL
1991 - Parque Nacional da Serra da Capivara
1997 - Centro Histórico de São Luís, Maranhão
1999 - Centro Histórico da Cidade de Diamantina
1999 - Costa do Descobrimento – Reserva da Mata Atlântica
1999 - Mata Atlântica – Reservas do Sudeste
2000 - Área de Conservação do Pantanal
2000 - Parque Nacional do Jaú
2001 - Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas
2001 - Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas

São Cristóvão mantém candidatura a Patrimônio da Humanidade


No dia 14/02, o arquiteto Marcos Antônio Galvão, coordenador da candidatura de São Cristóvão/SE ao titulo de Patrimônio da Humanidade, apresentou no convento do Carmo da referida cidade para representantes do Governo do Estado, Monumenta, IPHAN, Prefeitura de São Cristóvão e da comunidade o anexo exigido pela comissão de UNESCO que visitou São Cristóvão ano passado. O documento será encaminhado para sede, em Paris, no próximo dia 28, referendando a candidatura da cidade sergipana. Na reunião, o arquiteto mostrou-se satisfeito com o andamento do plano diretor, outro requisito da candidatura, mas ressaltou a importância do empenho das instituições políticas e culturais no cumprimento de suas respectivas obrigações. Também lembrou que em junho a UNESCO julgará a candidatura de São Cristóvão.

Por último, Comissão Pró-candidatura de São Cristóvão a Patrimônio da Humandade formada comprometeu-se a cumprir agenda de atividades para mobilização e divulgação da campanha.

Patrimônio da Humanidade: nota sobre a candidatura

Ainda não foi decidido pela UNESCO o caso da candidatura de São Cristóvão a condição de Patrimônio da Humanidade. As pendências são as seguintes:
a) o funcionamento imediato de um Plano Diretor, o que depende da Prefeitura Municipal de São Cristóvão e do Estado;
b) a candidatura deverá ser formatada para em lugar da Praça São Francisco compreender todo o centro histórico.
A instabilidade no comando do Prefeitura de São Cristóvão pode até perturbar o processo de elaboração e efetivação do Plano Diretor, mas não interfere na decisão da UNESCO.
Nós que participamos da elaboração do documento de inscrição e todos que amamos essa cidade não podemos perder a esperança.

WASHINGTON LUÍS VISITA SERGIPE

  Washington Luis Por Gilfrancisco* Washington Luís Pereira de Sousa, político e historiador (Macaé – Rio de Janeiro, 1870 – São Paulo, 19...