CEASE: DESAFIANDO VOCÊ A OUVIR LIVROS (RETROSPECTIVA 2023)

 


Foi durante a pandemia que a ideia amadureceu: um clube de leitura possível. Venho da escola pública e sou professor da rede estadual de ensino de Sergipe, aonde enfrentei impossibilidades de semear coletivos de leitores. A ironia é que foi no tempo de maior adversidade, quando a escola estava fechada e as aulas aconteciam no ambiente virtual/remoto. Quando tínhamos a escola a dificuldade maior era não contar 5 exemplares de uma mesma obra, por outro lado eu recusava xerocopiar livros. Com a pandemia restava a tela do celular, aparelho censurado até então e uma internet limitada para fazer acontecer prática pedagógica.

O Clube de Leitura Live Livro (CLLL) foi fundado no dia 11 de maio de 2021. A perspectiva era explorar leitura digital e/ou audiolivro de clássicos orientando os participantes para um consumo eficiente (compreensão) visando sucesso. O projeto patrocinado pelo canal Poesia com Tempero & Arte Sustentável foi atualizado em março de 2023, recebendo novo nome: Clube de escuta de audiolivros de Sergipe (CEASE). Doravante, o foco é a escuta orientada de audiolivros gratuitos dos clássicos da literatura nacional e estrangeira.

Trabalhar com os clássicos foi a decisão acertada. De largada, não iria desrespeitar direitos autorais incentivando um coletivo a fazer o mesmo uma vez que tratasse de obra de domínio público. O acesso disponível e a gratuidade seja no formato digital (e-book) seja no formato audiolivro (áudio-book) encerravam os percalços.

Embora sinta uma pressão em trabalhar obras da atualidade (os mais lidos) e/ou a literatura sergipana, na posição de mentor do CEASE, insisto nos porquês de selecionar exclusivamente clássicos para o desafio da escuta: 1) clássicos são (deveriam ser) de conhecimento geral/obrigatório visto que foram aclamados pelo cânone e carregam o requinte da produção literária - Você conhece os clássicos da literatura brasileira? 2) todo clássico dialoga com a atualidade, isso caracteriza e o distingue - Exemplo: Frankenstein (1818), de Mary Shelley, apresenta “a questão da ética na ciência” a partir do comportamento inescrupuloso de um cientista. Escutar livros constitui uma metodologia de acesso/conhecimento da literatura que é alternativa a leitura, lembrando que uma não inviabiliza a outra e você precisa desenvolver habilidade nas duas


LIVROS EXPLORADOS NA JORNADA CEASE 2023 - RETROSPECTIVA

1 - Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado / Março
2 - Alice no país das maravilhas (1862), de Lewis Carroll / Março
3 - Sherlock Holmes: um estudo em vermelho (1887), de Arthur Conan Doyle / Abril
4 - A Ilha do Dr. Moreau (1896), de H. G. Hells / Maio
5 - O Guarani (1857), de José de Alencar / Junho
6 - Viagens de Gulliver (1726), de Jonathan Swift / Julho
7 - A Paixão Segundo G.H. (1964), de Clarice Lispector / Agosto
8 - Um escândalo na Boemia (1891), de Arthur Conan Doyle / Setembro
9 - O Quinze (1930), de Raquel de Queiroz / Outubro
10 - O menino do dedo verde (1957), de Maurice Druon / Novembro
11 - Venha ver o por-do-sol e outros contos (1987), de Lygia Fagundes Telles / Dezembro

A iniciativa de convidar leitores a uma experiência de escuta da audiolivros parece inocente e sua consumação fácil porém a maioria dos participantes não conseguem reter conteúdo ou o enredo da obra indicada. Isso porque ouvir um livro não se trata de esforço físico mas de aprendizado. A leitura introspectiva e individual hegemônica nas práticas educacionais expõe e acentua a falha que o CEASE promete remediar.

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O projeto CEASE é incentivado através de participação e doações voluntárias pix-solidário para 79991226477 
 
 

LAMPIÃO EM LARANJEIRAS/SE

 

Dr. Bragança, oftalmologista que fez cirurgia em Lampião

No final de julho de 1938, Lampião, o Rei do cangaço, convocou seu numeroso bando para um encontro na Grota de Angico, em Poço Redondo, Sergipe. A pauta do evento seria revelada na manhã de 28, mas no raiar do dia o esconderijo foi invadido por uma tropa comandada pelo Tenente João Bezerra, de Alagoas. O saldo do massacre: 11 mortos, incluindo Lampião e sua companheira Maria Bonita. Desde então, muito se publicou sobre o fatídico evento, estórias as mais estapafúrdias aparecem todos os anos; isso porque o mito da invencibilidade de Lampião, somado a façanha de suas fugas exitosas por 2 décadas, contrastava com a informação da sua morte sem resistência. No livro de Cicinato Ferreira Neto, “A misteriosa vida de Lampião”, de 2008, tem um subtítulo que trata da “perda do ardor combativo”. Diz assim: “Sem dúvida, Lampião não era mais o mesmo. Não era nem a sombra do chefe combativo e surpreendente que os sertões pernambucanos, alagoanos e paraibanos conheceram. (...) contribuíram para isso a influência de Maria Bonita e, também, o estado de saúde que, a cada dia, tornava-se mais complicado. A tristeza tomava conta do capitão. Quando começou o ano de 1938, Lampião reclamava de muitas tosses e exasperava-se com as condições de sua visão”. (FERREIRA NETO, 2008, p. 257.) Sabemos que esta faculdade se reduzia ao olho esquerdo. O objetivo em pauta é destacar o procedimento cirúrgico que o Dr. Bragança, de Laranjeiras/SE, realizou no olho direito do famanaz cangaceiro (continua)


RESUMO: artigo respaldado em pesquisa evidenciando que Dr. Bragança, de Laranjeiras/SE, atendeu Virgolino Ferreira da Silva, Lampião. 

PALAVRAS-CHAVE: Lampião - cangaço - História - Sergipe - Laranjeiras

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MALUCO POR FLORES

Por Thiago Fragata



Coisas que acontecem comigo, um homem negro que gosta de flores. Preciso destacar que sou homem negro porque num país machista/racista o caso ganha uma complexidade inimaginável. Estive em um bairro da minha terra natal, São Cristóvão, que costuma ter batidas policiais a luz do dia por conta da presença de comércio de drogas, popular "boca de fumo". Mirei um canteiro, nele algumas flores que atraíram minha atenção. Veio a euforia de ter no meu jardim pois não possuía as tais espécies. Nesse momento, repito sempre o mesmo ritual: recolho as sementes, não as flores mais bonitas. Daí enchi o bolso da bermuda despreocupadamente. (Continua)

RESUMO: crônica bem-humorada que desvela o racismo e o machismo como parte da sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: machismo - racismo - flores -crônica


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MEU VIZINHO LADRÃO (MEMÓRIAS) - 2023


 

TRECHO: Desconheço a origem, tenho como a grande metáfora do rebanho judaico disperso no mundo, isso do profeta assumir a missão de pregar a palavra sagrada e palmilhar o mundo a juntar as ovelhas. O cajado que auxilia esse andarilho é pejado de misticismo. Como um nazareno, fala através de parábolas e quando diz “pedras do caminho” não se trata das pedras. Alguns beatos, sobretudo aqueles imbuídos da missão de construir templos, caso de Antônio Conselheiro, por exemplo, traziam pedras das andanças. Retornavam ora com uma pedra nas mãos ou ombros, ora com pedra sobre a cabeça ou nuca. E sua atitude de promesseiro lembrava a passagem bíblica onde Jesus anuncia com metáfora a missão do discípulo Pedro ”tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”.

(…)

Era meados de 1979. O escarcéu ocorreu na primeira semana quando mudamos para casa da ladeira. (continua)

RESUMO: Caso divertido rememorado com detalhes por Thiago Fragata que era criança a época, em São Cristóvão, sua terra natal. 

PALAVRAS-CHAVES: memória - São Cristóvão - artigo 


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WASHINGTON LUÍS VISITA SERGIPE

  Washington Luis Por Gilfrancisco* Washington Luís Pereira de Sousa, político e historiador (Macaé – Rio de Janeiro, 1870 – São Paulo, 19...