Por Thiago Fragata*
Aracaju voltou a ter borboletas! Li na internet, o registro feito por amigo(as) reclusos(as) atentos a recomendação da Organização Mundial da Saúde/OMS nesses tempos de avanços do Covid-19. Eles acreditam que fato tem relação direta com a queda de emissão de gás carbônico (CO2) nas ruas da capital; calculam assim: menos carro na rua = menos fumaça = mais vida animal. Discordo. Na verdade, os amigos viviam numa rotina desesperada de sub-emprego (todo trabalho que não resulte em qualidade de vida, a maioria) destes que o trabalhador assume para ter uma renda mas perde completamente o sentido da vida. Acabaram enredados na neurose classe média de trabalhar para ter um carro ou apartamento ou fazer aquela viagem internacional. Nisso perdiam o pouco tempo de folga que poderia ser dedicado a família ou a conexão ecosófica com a natureza ou consigo mesmo “optando” por virar zumbi, isto é, viver a folga num estado de letargia resultado das poucas horas de sono somada a corrida desesperada de esquecer o trabalho, isso no fim de semana, dentro de um shopping ou olhando o mar de uma barraca na praia/Orla.
A quarentena, acreditem, tem lados positivos. Primeiro, tem gente praticando e se descobrindo humano, no sentido humanitário do termo, de solidariedade e empatia. A situação insólita de afastar-se de quem se ama em nome do amor/cuidado; situação paradoxal de viver isolamento para ficar livre da contaminação do inimigo invisível; situação kafkiana de perceber que nenhum trabalho ou lucro supera o gozo da vida. Segundo, e aqui eu retomo o tema das borboletas, a quarentena está facultando transformação na visão de mundo e na vida das pessoas. Amigos(as) encontraram tempo ou sentido em olhar o céu e a diversidade da natureza. As borboletas e todas as belezas da natureza do caminho, antes ignoradas, finalmente conquistaram a atenção de gente agora apaixonada pela vida em sua plenitude.
Os lideres espirituais já proclamam que humanidade sairá da pandemia renovada independente de crenças religiosas. Sei que isso tá relacionado a demanda por saúde mental, infelizmente saúde mental é interpretada ou reduzida ao achismo de uma camisa-de-força e um remédio tarja-preta recomendado por um psiquiatra, quando na verdade vivemos desequilibrados emocionalmente por conta de estresse, violência nas diversas modalidades praticadas na sociedade, pressão de estudos e/ou trabalho. Que falta faz um acompanhamento, um personal ou psicólogo orientando o fortalecimento ou a busca do auto-conhecimento e (re)afirmação da nossa identidade. Espero (espero de esperança!) que isso comece nas escolas e esteja dentro de um programa de saúde pública, melhor, de um política de saúde pública.
Não gosto de falar do espiritual porque o senso comum reduz isso a materialidade de um templo, um líder, uma matriz religiosa. Por isso, insisto na palavra um tanto desconhecida entre nós, a ecosofia. Não confundi com ecologia! Para ser didático e um tanto superficial, até simplório, adianto que enquanto na ecologia nos detemos no cuidado com o meio ambiente, na ecosofia o CUIDADO se desdobra em 3 exercícios visando harmonia e equilíbrio: cuidado com o meio ambiente/natureza, cuidado com o outro/humanidade, auto-cuidado ou cuidado com o ser/espirito.
A quarentena, acreditem, tem lados positivos. Primeiro, tem gente praticando e se descobrindo humano, no sentido humanitário do termo, de solidariedade e empatia. A situação insólita de afastar-se de quem se ama em nome do amor/cuidado; situação paradoxal de viver isolamento para ficar livre da contaminação do inimigo invisível; situação kafkiana de perceber que nenhum trabalho ou lucro supera o gozo da vida. Segundo, e aqui eu retomo o tema das borboletas, a quarentena está facultando transformação na visão de mundo e na vida das pessoas. Amigos(as) encontraram tempo ou sentido em olhar o céu e a diversidade da natureza. As borboletas e todas as belezas da natureza do caminho, antes ignoradas, finalmente conquistaram a atenção de gente agora apaixonada pela vida em sua plenitude.
Os lideres espirituais já proclamam que humanidade sairá da pandemia renovada independente de crenças religiosas. Sei que isso tá relacionado a demanda por saúde mental, infelizmente saúde mental é interpretada ou reduzida ao achismo de uma camisa-de-força e um remédio tarja-preta recomendado por um psiquiatra, quando na verdade vivemos desequilibrados emocionalmente por conta de estresse, violência nas diversas modalidades praticadas na sociedade, pressão de estudos e/ou trabalho. Que falta faz um acompanhamento, um personal ou psicólogo orientando o fortalecimento ou a busca do auto-conhecimento e (re)afirmação da nossa identidade. Espero (espero de esperança!) que isso comece nas escolas e esteja dentro de um programa de saúde pública, melhor, de um política de saúde pública.
Não gosto de falar do espiritual porque o senso comum reduz isso a materialidade de um templo, um líder, uma matriz religiosa. Por isso, insisto na palavra um tanto desconhecida entre nós, a ecosofia. Não confundi com ecologia! Para ser didático e um tanto superficial, até simplório, adianto que enquanto na ecologia nos detemos no cuidado com o meio ambiente, na ecosofia o CUIDADO se desdobra em 3 exercícios visando harmonia e equilíbrio: cuidado com o meio ambiente/natureza, cuidado com o outro/humanidade, auto-cuidado ou cuidado com o ser/espirito.
Para voltar as borboletas e aos meus amigos de Aracaju...as borboletas sempre fizeram parte da paisagem do lugar, é certo que resistindo a desenfreada especulação imobiliária e o desmate inconsequente da flora, aqui não poupo a prefeitura de Edvaldo Nogueira nem seus antecessores. Sinto que, passada esta quarentena, teremos mais gente lutando por uma Aracaju verde e humana, que inclua até bichinhos como as borboletas.
*Escritor, professor, poeta, Presidente-fundador da Academia Sancristovense de Letras e Artes (ASCLEA).
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