Agláe Fontes palestra aos professores
Vereador Paulo Roberto entrega certificado de participação
Secretário de Educação, Morgan Prado, oferta doces típicos
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No último sábado, 6/6, a professora Aglaé Fontes proferiu palestra "São João: festa do povo", dentro do Projeto São Cristóvão: Conhecendo nossa História. O projeto é coordenado pela Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, ong Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE) e União Municipal dos Estudantes (UMESC). Confira abaixo a reflexão da professora Aglaé Fontes.
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SÃO JOÃO: FESTA DO POVO
RITUAL DE APADRINHAMENTO
São João dormiu
São Pedro acordou!
Fulana(o) é minha(meu) comadre(compadre)
Que São João mandou!!!
Verso da BRINCADEIRA DE COMPROMISSO. Dela participavam: compadres, comadres, afilhados, padrinhos, madrinhas. Fogueira ardendo, passagem sobre as brasas, repetição dos versos. Era assim que antigamente se brincava na noite de São João.
MOÇAS CASADOURAS - CRENDICES E SUPERSTIÇÕES AS SIMPATIAS
Na noite de São João jogue um ramo de manjericão no telhado, depois de passado na fogueira. Se no outro dia estiver verde, você vai casar com moço. Se tiver murcho, vai se casar com velho.
na noite de são joão dá-se nó nas quatro pontas de um lençol, tendo antes escrito nelas os nomes de quatro rapazes queridos. Ao amanhecer, o nó que estiver desmanchado tem o nome da pessoa com quem vai se casar.
na noite de são joão dá-se nó nas quatro pontas de um lençol, tendo antes escrito nelas os nomes de quatro rapazes queridos. Ao amanhecer, o nó que estiver desmanchado tem o nome da pessoa com quem vai se casar.
num prato com água se coloca vários papéis com nomes. No outro dia ver o papel que abriu e ler o nome escrito, que será o da pessoa com quem vai casar.
SIMPATIAS: repetição de um ato que pode levar a realização de algo desejadoMotivo: crendices, crédito, valor religioso e apelo popular.
O Fogo e as superstições:
- quem cospe fogo adoece o pulmão.
- quem brinca com fogo mija na cama.
- quem queima couro fica pobre.
- quem urina no fogo fica doente dos rins.
- quem queima os cabelos fica doido.
- quem apaga o fogo com água perde a sorte.
COMO TUDO COMEÇOU?
COSTUMES PRIMITIVOS
Na antiguidade, dentre as festas louvatórias uma se destacava pela união de pedidos feitos aos deuses, tendo como resultado a fertilidade da terra e a conseqüente fartura à mesa.
A natureza, representada pela interferência dos deuses, era pródiga com o povo. Era o Solstício de verão. Para quem não se recorda a palavra solstício, que vem de SOL tem uma significado especial.
Solstício: inclinação astral que o sol, nos períodos de 22 e 23 de junho e 22 e 23 de dezembro passa e que provoca grandes diferenças na natureza.
CALENDÁRIO SOLAR: JUNHO: SOLSTÍCIO DE VERÃO
DEZEMBRO: SOLSTÍCIO DE INVERNO
E se o tempo foi propício, à entrada do verão festas e louvores eram realizados para agradecer em forma de: cantos, danças, bebidas, oferendas, sacrifícios humanos ou animais.
A presença do vinho liberava os instintos e os excessos aconteciam, provocando liberdade erótica e fertilidade humana.
A presença do vinho liberava os instintos e os excessos aconteciam, provocando liberdade erótica e fertilidade humana.
O costume louvatório, aliás estava presente entre os povos, não só quando a terra se abria em fartura, mas também quando enfrentavam: BATALHAS, PESTES, TORMENTAS
REFLEXÃO: Se fizermos uma leitura nos costumes dos povos em sua trajetória, vamos encontrar a presença de comportamentos louvatórios nas formas mais diversificadas, como diversificados também eram os deuses em suas proteções.
EXEMPLOS: na Grécia antiga, DIONÍSIO, o deus que protegia a arte, era louvado com cerimônias envolvendo sacrifícios e ainda verdadeiras orgias com vinhos e danças.
ATENAS ou MINERVA
AFRODITE responsável pelo amor e a fecundidade
Deve-se neste olhar sobre a cultura dos povos, destacar as cerimônias dedicadas ao deus APOLO, que dominou séculos a vida social e política dos gregos e era considerado além de possuir uma beleza perfeita, como o deus da música e da poesia.
Pois quando tocava as cítara acalmava as forças sub-humanas além de pregar um espírito pacífico entre os povos. Como também não causa estranheza a presença de danças, cantos fogo e a orgia provocada pelo vinho nas comemorações do solstício, em louvor aos deuses que foram complacentes e atenderam os pedidos.
Não é nosso propósito aqui, discutir a dualidade entre o sagrado e o profano, mesmo porque sempre haverá um lado sagrado no profano como haverá algo herdado do profano que se sacralizou.
Se tivermos olhos de ver, ao invés de olhos de olhar, vamos descobrir que na cultura de cada povo há uma matriz que se fez caminhante influenciando culturas diversificadas e distantes.
ATENAS ou MINERVA
AFRODITE responsável pelo amor e a fecundidade
Deve-se neste olhar sobre a cultura dos povos, destacar as cerimônias dedicadas ao deus APOLO, que dominou séculos a vida social e política dos gregos e era considerado além de possuir uma beleza perfeita, como o deus da música e da poesia.
Pois quando tocava as cítara acalmava as forças sub-humanas além de pregar um espírito pacífico entre os povos. Como também não causa estranheza a presença de danças, cantos fogo e a orgia provocada pelo vinho nas comemorações do solstício, em louvor aos deuses que foram complacentes e atenderam os pedidos.
Não é nosso propósito aqui, discutir a dualidade entre o sagrado e o profano, mesmo porque sempre haverá um lado sagrado no profano como haverá algo herdado do profano que se sacralizou.
Se tivermos olhos de ver, ao invés de olhos de olhar, vamos descobrir que na cultura de cada povo há uma matriz que se fez caminhante influenciando culturas diversificadas e distantes.
PRECISAMOS SABER DE QUE FORMA AS NOSSAS ORIGENS NOS LIGAM A HUMANIDADE, como podemos observar nos nossos festejos juninos é pleno de sagrado e profano.
Precisamos saber quais as nossas diferenças étnicas e culturais.
Precisamos ter um olho diversificado para ver o mundo e o entorno que nos cerca.
Precisamos estabelecer diálogos significativos para a construção da nossa identidade.Precisamos descobrir as relações entre história, costumes e o imaginário que nos une.
Precisamos na verdade ter olhos pensantes sobre as coisas e as gentes.
Precisamos não perder o significado das nossas tradições híbridas porque não só nossas, mas vindas das várias etnias que nos formaram.
O SAGRADO TEM COISAS DO PROFANO
ADVENTO DO CRISTIANISMO =
UM SÓ DEUS = MONOTEISTA
IGREJA LUTA CONTRA RELIGIÕES POLITEISTAS = VÁRIOS DEUSES
A festa do solstício de verão, nos seus agradecimentos louvatórios punham em destaque não só os sacrifícios, mas o erotismo, as danças as bebidas provocadoras de liberações que feriam a filosofia cristã. Por isso mesmo consideradas profanas e inadequadas às normas moralizadoras e controladoras do cristianismo.
A Igreja, precisava combater a festa do SOLSTÍCIO apresentando um novo sentido à comemoração, fugindo da aglutinação de cultos pagãos que caracterizavam a cerimônia.
O Solstício de verão europeu coincidia com o nosso inverno, época também de fartura á mesa com forte influência agrária. Assim, os elementos foram modificados.
O Solstício de verão europeu coincidia com o nosso inverno, época também de fartura á mesa com forte influência agrária. Assim, os elementos foram modificados.
PRESENÇA DOS SANTOS
O período comemorações religiosas: novenas, tridos, trezenas, procissões. A Igreja jogou um véu cristão sobre a festa profana descobrindo a presença de alguns santos para marcar o seu calendário.
SÃO JOSÉ - 19 de março
Foi aquele que preparou o caminho da colheita, da fartura do período. O dia de S. José é o dia de plantar e se chover no dia é sinal de alegria na terra.
Artífice de Nazaré, conseguiu também inspirar lendas como a do Cajado florido e da
Boa morte
SANTO ANTÔNIO – 13 de junho
Nascido Fernando de Bulhões em Lisboa dia 15 de agosto de 1195, tendo morrido a 13 de junho de 1231 em Pádua. Professor de teologia em muitas universidades da Europa.
Tornou-se franciscano e dedicou a sua vida a pregar o Cristianismo defendendo sempre os pobres e necessitados.
Artífice de Nazaré, conseguiu também inspirar lendas como a do Cajado florido e da
Boa morte
SANTO ANTÔNIO – 13 de junho
Nascido Fernando de Bulhões em Lisboa dia 15 de agosto de 1195, tendo morrido a 13 de junho de 1231 em Pádua. Professor de teologia em muitas universidades da Europa.
Tornou-se franciscano e dedicou a sua vida a pregar o Cristianismo defendendo sempre os pobres e necessitados.
VERSOS PARA SANTO ANTÔNIO: O SANTO CASAMENTEIRO
Meu Santo Antonio querido
Meu santo de carne e osso
Se tu não me dás marido
Eu não te tiro do poço.
Ninguém se queixa da sorte,
que Santo Antônio disse assim:
Às vezes, quando se atrasa,
Vem um anjo no caminho.
Não quero Santo Antônio grande
Não quero Santo Antônio grande
Dentro do meu oratório,
Eu quero é um pequenino
Que ouve os meus peditórios.
Pra que Santo Antônio grande
Dentro do meu oratório?
Eu quero é o pequenino,
Que faz os meus peditório.
Santo Antônio pequenino
Santo Antônio pequenino
Mansador de burro bravo
Vem amarrar minha sogra
Que é levada do diabo.
Santo Antônio
Santo Antônio
Abaixai-me esta barriga
Que não sei o que tem dentro
Se é rapaz ou rapariga.
Santo Antônio me case já
Santo Antônio me case já
Enquanto sou moça e viva
O milho colhido tarde
Nem dá palha nem espiga.
RELATO BÍBLICO
LENDA: Fogueira "mandarei plantar nesta montanha um mastro e acender uma fogueira"
SÃO PEDRO E SÃO PAULO (29 de junho), morte dos dois.
Pedro: seguidor de Cristo e fundador da sua Igreja
Paulo: opositor convertido na estrada de Damasco. (não é lembrado como santo junino!)
Pedro anunciando a salvação em Cristo se fez corajoso enfrentando prisões, acoites e permanentemente perseguido. Arrastados ao tribunal foram condenados a morte. Paulo decapitado fora dos muros de Roma. Pedro, pregado na cruz perto da Colina Vaticana. Sua vida é lembrada não só através das cartas que escreveu aos romanos, aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipensens, Colossenses e Tessalonicenses
"Levai as cargas uns aos outros e assim cumprirei a lei de Cristo" (Gálatas-6.2)
Pedro: seguidor de Cristo e fundador da sua Igreja
Paulo: opositor convertido na estrada de Damasco. (não é lembrado como santo junino!)
Pedro anunciando a salvação em Cristo se fez corajoso enfrentando prisões, acoites e permanentemente perseguido. Arrastados ao tribunal foram condenados a morte. Paulo decapitado fora dos muros de Roma. Pedro, pregado na cruz perto da Colina Vaticana. Sua vida é lembrada não só através das cartas que escreveu aos romanos, aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipensens, Colossenses e Tessalonicenses
"Levai as cargas uns aos outros e assim cumprirei a lei de Cristo" (Gálatas-6.2)
1500 – BRASIL x PORTUGAL
Colonização fortemente influenciada pela fé católica trazendo os costumes louvatórios aos santos católicos, nos diz Luis Antônio Barreto:
"No culto junino, os santos perderam de algum modo, suas qualidades individuais em favor do coletivo, o que faz da festa um compacto de fé e devoção realçando a importância do ciclo para a relação da igreja com o povo". (In Três Santos Juninos, de Luiza Costa Nascimento)
Na ampliação da relação da igreja com o povo, muitas festas e celebrações de origem coletiva se posicionaram sempre como uma celebração da:VIDA MORTE RESSURREIÇÃO
Significando um recomeço de vida. Ao estudar estas relações não se pode negar a forte influencia européia,entendendo-se entre os nascer,morrer e reviver como uma parte simbólica das próprias comemorações: seca / fartura / esperança
Assim, as questões da região estariam sempre marcadas com uma relação com a natureza. Muitos dos ritos europeus antigos se adaptaram ao regime dos problemas de água, seca, fartura, pobreza – sem deixar porém de receber forte contribuição indígena, africana e posteriormente das migrações.
Os padres da Companhia de Jesus que para aqui vieram e permaneceram desde 1759 – quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal deixaram marcas profundas. Embora dominadores terminavam por desenvolver uma forte aptidão. Numa série de ritos, cerimônias e celebrações de grande significado cultural: novenas, trezenas, procissões, festa dos oragos, festas populares.
A tônica religiosa desenvolveu uma "concepção dramática da natureza, integrando elementos do profano e do sagrado." E aí se projeta uma questão o desafio os pesquisadores, historiadores das religiões, antropólogos, sociólogos e psicólogos cada à sua vertente para analisar as estruturas particulares da festa considerada: profana e/ou sagrada.
O CICLO JUNINO - ESPAÇO CULTURAL DE INTEGRAÇÃO
A – Religiosidade popular
Procissões
Novenas
Trezenas
Missas
Oragos e suas ações
B – Lado Profano
Danças
Cantos
Superstições
Simpatias e adivinhas
Comidas e bebidas
Cores e formas
Fogos
Festas espontâneas e
programadas
DANÇAS
QUADRILHA – QUADRILLE
QUADRILHA – QUADRILLE
Por volta de 1820 a quadrilha já era dançada no Brasil. O costume vindo da Europa, como dança aristocrática, trazia porém a influência de antigas danças folclóricas da Inglaterra, onde desde 1815 já era dançada, sendo porém de origem francesa.
Surgida na França no séc. XVIII, a quadrilha originalmente se resumia a seis passos: pás d’ete, poule, pastourelle, pantaloon, boulangère, terminando com o galope.
Na era Napoleônica ela era muito popular. Veio para o Brasil pelas mãos dos mestres de orquestra de danças francesas, para animar as festas da corte.
Surgida na França no séc. XVIII, a quadrilha originalmente se resumia a seis passos: pás d’ete, poule, pastourelle, pantaloon, boulangère, terminando com o galope.
Na era Napoleônica ela era muito popular. Veio para o Brasil pelas mãos dos mestres de orquestra de danças francesas, para animar as festas da corte.
PRINCIPAIS PARTES DA QUADRILHA
1. alavantú
2. anariê
3. damas ao centro
4. mão de cavalheiro
5. cavalheiros ao centro
6. preparar para o jabaculê
7. ralar o milho
8. cesta de flor
9. par de aliança
10. passeios dos namorados
11. caminho da roça
12. preparar para o grande círculo
13. chan de mão
14. coroá suas damas
15. travessê de zing-zag
16. preparar para o granchê
17. grande x
18. o caracol
19. o arco-íris
20. o beija-flor
21. a cobra
22. cara dura
23. balance geral
24. mexer farinha
25. cavalheiros por fora, damas por dentro
26. o túnel
27. travessê geral
28. quebrar o caranguejo
29. as três partes do xote
30. a valsa
31. travessê de cavalheiros para cumprimentar as damas
32. xaxado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Quadrilhas juninas sergipanas, hoje, fazem releituras através da: coreografia, trajes, músicas A
CULTURA DE EVENTOS E O CICLO JUNINO
Evento é "instrumento de comunicação e um dos elementos mais poderosos da estratégia comunicacional". Cristina Giácomo
Os eventos influenciam a opinião pública. Viabilizam a oportunidade de evidenciar:Empresas, cenários, vendas, relações públicas, visibilidade de produtos
O CICLO JUNINO COMO EVENTO
Questionamentos: - Tradição e modernidade- Aspectos positivos e negativos
COMO FAZEMOS?
Trabalhamos a memória? Integramos a tradição? ou Destruímos nossa identidade?
A resposta fica com você!
Trabalhamos a memória? Integramos a tradição? ou Destruímos nossa identidade?
A resposta fica com você!
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