NATAL DE SÃO CRISTÓVÃO

A Secretaria Municipal de Cultura de São Cristóvão preparou uma programação natalina imperdível. Confira:
CENTRO HISTÓRICO

22/12 – Terça-feira, Praça da Matriz, 19h

Cantada dos “Jovens que encantam”

Big Band e Grupo os Sete, violão

Feirinha de Natal

23/12 – Quarta-feira, Praça da Matriz, 19h

Natal em família

Pastoral da Família

Missa

Quermesse

Apresentação Teatral

Corais: CEHOP | EMURB | DER

Regente: Sérgio Chagas

24/12 – Quinta-feira, Igreja São Francisco, 20h

MISSA DO GALO

25/12 – Sexta-feira, Cidade Baixa, 20h

Seresta Natalina

Cantores locais

26/12 – Sábado, Praça Matriz, 20h

Auto do Menino Deus:

Grupo Beija Flor – Aracaju

Apresentação de Reisado de Satu

Lirasancristovense

Regente: José Furtunato

27/12 – Domingo, Igreja Matriz, 20h

Apresentação Folclórica:

Samba de Coco da Ilha

30/12 – Quarta-feira, Praça Matriz, 20h

Apresentação Folclórica:

Reisado da Pastoral dos Idosos

Auto de Natal

Grupo Mamulengo de Cheiroso – Aracaju

01/01/10 – Sexta-feira, Praça São Francisco, 18h

ANIVERSÁRIO DA CIDADE

TEDEUM 18h

Na Praça da Matriz

Saudação à cidade

Show Pirotécnico

Apresentações artísticas:

Eri Lopes (Bolinha)

Banda Big Band


CONJUNTOS EDUARDO GOMES E ROZA ELZE

22/12 - Terça-feira, no Conjunto Eduardo Gomes, 20h

Praça da Igreja N. Sra. de Loreto

Abertura Oficial

Lira Sancristovense

Sorteio de brindes às famílias

Quermesse na praça

23/12 - Quarta-feira

Local: Conjunto Eduardo Gomes às 20h

Apresentação da companhia de Dança

(Academia Rick de Karllo)

Apresentação artística:

Cantor Eri Lopes (Bolinha)

Sorteio de brinde às famílias

Quermesse na praça

24/12 - Quinta-feira, no Conjunto Eduardo Gomes, 20h

Missa do Galo (campal)

Show da Paróquia

Sorteio de brinde às famílias

Quermesse na praça

Conjunto Roza Elze, 15h

Praça Horácio Souza Lima

Tarde recreativa para as crianças:

Animadora Palhaça Pipoquinha

(brincadeiras diversas)

Auto de Natal:

Grupo Mamulengo de Cheiroso

25/12 - Sexta-feira, Conjunto Roza Elze, 21h

Show com cantor Eri Lopes (Bolinha)

Sorteio de brindes às famílias




Palestra & Música, não perca!


Sábado, 19/12, o dia será dedicado a candidatura da Praça São Francisco, de São Cristóvão, a Patrimônio da Humanidade. Pela manhã, o encerramento do projeto “Conhecendo Nossa História” realizado pela Secretaria Municipal de Educação contará com a palestra “São Cristóvão, berço de Sergipe, Patrimônio da Humanidade”, ministrada pelo Professor Thiago Fragata. O evento acontecera às 9 horas, no auditório Maria Thétis Nunes, do Museu Histórico de Sergipe.

***

Pela noite, haverá a última edição do projeto “Música na Igreja”, promovido pela Subsecretaria de Estado do Patrimônio Histórico e Cultural (SUBPAC), ligada à Secretaria de Estado da Casa Civil. A Sergás patrocina mais uma imperdível apresentação do Renantique na Igreja São Francisco a partir das 19:30 horas. Sábado, São Cristóvão lhe espera, tem palestra de manhã e música de noite. Prestigie!


Renantique toca música medieval/renascentista
Alinhar ao centro

Achados na Praça São Francisco

Esgoto será consolidado antes da remoção. Foto: Cleverton Costa

Novas descobertas no chão sagrado da Praça São Francisco animam os arqueólogos. Primeiro foram os esqueletos, essa semana os trabalhadores da obra da Iluminação Luminotécnica Subterrânea descobriram um antigo sistema de esgoto e um calçamento em pedra calcaria. Como o antigo esgoto se assemelha a um túnel em miniatura feito de tijolo fica esclarecido um mistério que ainda hoje corre a boca pequena nas esquinas da cidade: a estória dos túneis que ligavam as igrejas do centro histórico.

Daniel de Castro, arqueólogo, informa que "está consolidando a descoberta a fim de retirá-la intacta para análise e que o Museu Histórico de Sergipe manterá a guarda de todo material encontrado na obra".

Praça São Francisco: símbolo de nossa história, riqueza patrimonial*

Ronaldo Brasil dos Santos**

Tesouro que guarda honrosa parcela da história de Sergipe e que completa a harmonia de um conjunto arquitetônico representativo de nossas origens. A denominação de uma simples praça não diminui sua importância, sendo um legado patrimonial, inquieto, pede agora reconhecimento mundial.

Assim é a Praça São Francisco, um berço das ações coloniais luso-espanholas num período histórico de conflitos, invasões e interferências de diversas nações européias no Brasil no início do século XVII. A região onde hoje é denominada de Centro Histórico passou a ser habitada pelas elites eclesiásticas e administrativas da colônia. Até então São Cristóvão era a sede da capitania de Sergipe.

Não só São Cristóvão, mas o mundo passava por transformações marcantes. Os reflexos da reforma e contra-reforma no mundo cristão configuravam o cenário arquitetônico com traços barrocos nos detalhes de colunas, altares e adornos das igrejas.

No centro de tantas construções coloniais está a Praça São Francisco, que também encanta olhares de todos os gostos e convida ao resgate de nossos primórdios e que ao longo do tempo vem sendo palco das manifestações culturais que mantém viva a história mútua e valoriza o período das miscigenações de raças e culturas como: modos de vida, língua e costumes europeus, sobretudo portugueses, que marcam as concepções mnemônicas e revestem de beleza simbólica o cotidiano de seu povo.

Fator primordial para que a praça seja reconhecida Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2010 é primeiro o apoio de seu povo, que já a consideram como sendo sua herança e querem que seu folclore e costumes culturais como as famosas festas religiosas, ganhem merecida repercussão. É através dessa digna relevância que gerações acompanham e estudam os preciosos rastros de sua história partindo de uma peculiaridade hoje reverenciada: Praça São Francisco.

* Publicado no JORNAL DO DIA. Aracaju, ano IV, n. 1473, 10/12/2009, p. 4.
** Graduando em História da Universidade Federal de Sergipe (Projeto A Praça São Francisco é do Povo - DHI (UFS)

Renantique nas igrejas de São Cristóvão, eu vou!


Grupo Renantique fará mais uma apresentação na Igreja do Carmo em São Cristóvão, será no dia 4 de dezembro do ano corrente, às 19 horas. Nada mais saudável do que prestigiar música medieval executada no interior das igrejas da quarta cidade mais antiga do Brasil.

O Conjunto de Música Antiga Renantique é um grupo independente e o pioneiro na pesquisa, prática e divulgação da Música Medieval e Renascentista do Estado de Sergipe, abrangendo um repertório que vai do séc.X ao séc.XVII. Possui a estrutura de um broken consort renascentista, no qual são combinados vários instrumentos de famílias diferentes (cordas, sopro e percussão), cópias autênticas de instrumentos da Idade Média e da Renascença, e vozes (soprano, alto, tenor, contratenor e baixo-barítono).

O projeto Música na Igreja é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Casa Civil e tem o apoio logístico da SubSecretaria de Patrimônio Cultural (SUBPAC). Vale a pena prestigiar.

ESQUELETO ENCONTRADO NA PRAÇA SÃO FRANCISCO

Esqueleto estava enterrado a frente da antiga Santa Casa de Misericórdia. Foto: Daniel de Castro


Encontrado na segunda-feira, 23/11, mais um esqueleto nas imediações da Praça São Francisco de São Cristóvão, candidata ao título de Patrimônio da Humanidade. O achado ocorreu em função das escavações da obra da Iluminação Luminotécnica Subterrânea. Daniel de Castro Bezerra, arqueólogo, avalia que "diferente dos ossos encontrados no ano passado, esse está completo, o que possibilitará aos estudiosos definirem sexo, idade e até causa morte". Ele informa ainda que de acordo com o entendimento firmado entre Governo do Estado e Instituto do Patrimônio e Histórico Artístico Nacional (IPHAN), todo o material encontrado ficará sob os cuidados do Museu Histórico de Sergipe até a conclusão da obra, quando será realizada missa campal e enterramento no cemitério local. De acordo com a legislação em vigor a exposição de esqueletos encontrados em via pública é proibida, a exceção existe somente para achados pré-históricos.


Para Thiago Fragata, que é diretor do Museu Histórico de Sergipe e historiador, "no passado, o enterro dentro ou no interior das igrejas significava a certeza de encontrar o caminho dos céus; a mentalidade ou o local destinado aos enterros mudou a partir da epidemia do colera morbus que atingiu Sergipe em setembro de 1855. Aí as autoridades proibiram a prática dos enterros no chão sagrado e incentivaram a criação de cemitérios. Em São Cristóvão o primeiro cemitério afastado do centro urbano foi inaugurado no Alto da Colina das Almas e chegou a ser visitado pelo Imperador D. Pedro II, em sua visita a ex-capital no dia 17 de janeiro de 1860".

Zefa da Guia:a maternidade do sertão

Zefa da Guia, de Poço Redondo/Sergipe

Hoje, 20 de novembro, dedicado a consciência que ainda não temos, gostaria de lembrar um nome que Sergipe precisa conhecer e reconhecer. Trata-se de Zefa da Guia, alguém que conheci nas andanças pelos sertões. Entrevistei ela algumas vêzes, mas não mim perguntem o seu nome de batismo, tampouco sua idade. Basta saber que mora na encosta da Serra da Guia, em Poço Redondo, daí a composição Josefa+Guia; basta atentar as marcas do tempo na face e a serenidade do seu olhar.

Recentemente, foi homenageada em Olinda pelo seu trabalho como parteira e pela liderança que exerce em sua comunidade já reconhecida como reserva quilombola. Essa é a mulher que fez nascer mais de 5 mil crianças desde que começou suas atividades aos 11 anos.

Considero justo o título de "A maternidade do sertão" para essa negra mulher parteira que administra ervas da caatinga para cura dos pacientes. Com o seu auxílio nasceram sergipanos, alagoanos, pernambucanos e baianos, ao longo das últimas 5 décadas. Não por acaso diz um verso da minha poesia "Ser-tão Caatingueiro": Zefa da Guia apára menino a granéu.

Saber mais:


RIO PARAMOPAMA: HISTÓRIA, PROBLEMAS E SOLUÇÕES*

Painel pintado nas imediações do rio Paramopama pelo Pelotão Ambiental do Colégio Estadual Padre Gaspar Lourenço (NEA), 2008.


Cleverton Costa Silva**

A historiografia sergipana aponta duas localizações iniciais de São Cristóvão antes da sua fixação definitiva, ambas em Aracaju, primeiro às margens do rio Sergipe e posteriormente às margens do rio Poxim no período entre 1590 e 1607. É ao ano de 1607 que os historiadores atribuem a fixação de São Cristóvão ao seu sítio atual, a região do Monte Una e do rio Paramopama.

Neste contexto, o Monte Una permitiu o desenvolvimento urbano nos moldes europeus, com os representantes do poder civil e religioso na parte alta, e a região comercial e popular na parte baixa. Outro forte motivo para a ocupação definitiva da região foi a existência do rio Paramopama, afluente do rio Vaza-Barris e sua temida barra, que, regido pelas marés, dificultava o acesso de invasores.

O Paramopama, neste momento, demonstrava a sua importância não apenas por dificultar a entrada de inimigos dos colonizadores, mas provia os primeiros habitantes com rica alimentação. Barleus, cartógrafo holandês, já comentava que a pesca era famosa na região e estendia-se até próximo ao mar. Em 1808, o Padre Marcos Antônio de Souza (1771-1842) também evidencia a abundância da pesca da região ao mencionar os vários mariscos que se criavam nos mangues, assim como os robalos, carapebas, piaus, tainhas e curimãs nos rios.

Tais características, fortemente atribuídas ao rio Paramopama, alimentam também uma curiosa discussão sobre a toponímia, ou seja, o significado da palavra Paramopama. São duas as versões conhecidas para o nome do rio: uma de Teodoro Sampaio (1885-1937), que interpreta a palavra como “o mar embravecido”, talvez se referindo às violentas cheias ainda hoje presenciadas pela comunidade; a outra versão é de Armindo Guaraná (1848-1924), que decompõe a palavra em pirá (peixe) e mapoam (iludir), resultando em algo como “o peixe enganou”, interpretação mais difícil de compreender. Embora discordassem entre si do significado, ambos apontaram o termo como de raiz indígena.

Na primeira metade do séc. XIX, o movimento comercial e de serviços era maciço no rio Paramopama, especialmente nos portos São Francisco, da Banca e das Salinas, entre outros, ratificando o papel vital da parte baixa da cidade. Porém, em 17 de março de 1855, São Cristóvão deixa de ser Capital de Sergipe por decisão do Presidente da Província, Inácio Barbosa, influenciado pelos interesses de políticos e empreendedores da cultura canavieira no vale da Cotinguiba, como era conhecida a bacia do Rio Sergipe.

Segundo Inácio Barbosa, São Cristóvão não possuía estrutura portuária, e o rio Paramopama não permitia a entrada de grandes embarcações. Assim, pela necessidade de Sergipe se lançar no mercado internacional e devido às limitações de navegabilidade do Paramopama, inicialmente essenciais na formação e organização do território sergipano, o rio foi apontado como o entrave maior para a permanência de São Cristóvão como Capital.

Desprovida do prestígio de ser Capital de Sergipe, São Cristóvão inicia o século XX com o testemunho de fé de Serafim Sant’iago, que publica o Anuário Cristovense (1910) onde, evocando a memória dos mais antigos, relata o achado da Imagem do Senhor dos Passos nas águas do Paramopama, fato que originou a secular procissão.

Na década de 1910, São Cristóvão retoma o seu desenvolvimento e inicia-se na era fabril, que até a década de 1970 impulsionou a economia local, garantiu o sustento de várias famílias e influenciou o crescimento da cidade. O rio Paramopama teve importância primária para a instalação desta atividade, pois pelo rio escoava para a Fábrica Sam Christóvam a lenha para os fornos e o algodão através de canoas de tolda e saveiros. Do rio, a fábrica ainda extraía energia elétrica e utilizava a água do manancial da Prata no processo produtivo.

Com o fechamento das fábricas Sam Christóvam e São Gonçalo, o desemprego assolou a cidade, foi um segundo ciclo de decadência. Para muitas famílias, viver do rio era a única opção, o rico estuário do rio Paramopama acolhia mais filhos, além dos pescadores e marisqueiras já organizados na Colônia Z2. Hoje, a população de São Cristóvão busca trabalho empregando-se no serviço público e nas empresas de comércio e serviços de Aracaju, alimentando também esperanças no desenvolvimento do turismo e no retorno das indústrias para o município.

É impossível pensar a prosperidade de São Cristóvão sem ligá-la ao rio Paramopama. Apesar de seus aproximados 18km de extensão, o rio teve papel ativo em todas as fases pela qual a cidade passou. Como recurso natural, o Paramopama foi rica fonte de alimentação, saciava a sede da população através de fontes como as da Bica, da Prata, São Gonçalo, da Vila, entre outras.

No passado, as matas e mangues que protegem o rio Paramopama forneceram muita lenha e madeira, seja para a construção naval, edificações ou uso cotidiano. Atualmente, embora não haja uma demanda tão grande de consumo de lenha e madeira, a extração desordenada destes recursos contribui bastante com a degradação ambiental no Paramopama. Somam-se a isto graves problemas ambientais na zona urbana e rural abrangidas pelo rio, a exemplo da poluição por agrotóxicos, retirada de areia, lixo e esgotos sem tratamento.

Desde o século XIX, o crescimento desordenado da cidade atingiu em cheio o rio Paramopama, que teve as suas margens ocupadas por residências de habitantes da parte baixa da cidade, fazendo a população ficar ainda mais vulnerável às enchentes.

O QUE FAZER PELO RIO PARAMOPAMA?

O direito ao ambiente sadio e ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações é garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Art. 225. Porém, para usufruir deste direito, cada cidadão deve pensar e agir em função do bem-estar coletivo, principalmente revendo os seus hábitos como indivíduo e discutindo com a sociedade as melhores alternativas para as nossas comunidades.

O rio Paramopama, patrimônio essencial para a origem e o desenvolvimento da sociedade sergipana, não pode sofrer desprezo e degradação, pois qualquer agressão ao rio Paramopama e todo o seu ecossitema associado se voltará contra os pescadores, marisqueiras, comerciantes e cada cidadão sancristovense. Assim, a sociedade de São Cristóvão deve ser sábia ao pensar e enérgica ao agir.

Neste contexto, cada ser humano é um educador. Os professores devem ser sensíveis para aprender com seus alunos e pais de alunos, mas também prepará-los para a cidadania, estimulando a participação em processos de decisão e reivindicação. Outro desafio é trazer a realidade do rio Paramopama e seus diversos personagens para a sala de aula, buscando o apoio de estudiosos e pessoas ribeirinhas ou que tiram sustento e convivem com o rio para permitir que a discussão e o empoderamento das comunidades encontrem a escola como um dos seus lugares cativos.

Por fim, é dever de todos nós pressionar o poder público para trabalhar pela conservação do rio Paramopama, buscando a sustentabilidade, mas também sensibilizar, protestar e apoiar ações e mudanças de atitude em prol do Paramopama, assim como lutar pela prosperidade econômica e o bem-estar socioambiental em nosso município. Neste sentido, iniciativas como a construção de Agendas 21 escolares e municipal, assim como a aprovação do Plano Diretor e o engajamento da população na obtenção do título de Patrimônio da Humanidade para São Cristóvão podem ser frentes muito importantes para se alcançar a sustentabilidade nesta querida cidade.


* Texto-base da palestra proferida por Cleverton Costa na 5a. edição do Projeto São Cristóvão: conhecendo nossa História, dia 14 de novembro de 2009.
** Técnico em Turismo e Tecnólogo em Gestão de Turismo pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – IFS (antigo CEFET); pós-graduando em Didática e Metodologia do Ensino Superior na Faculdade São Luis de França; integrante da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade; Membro do Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Sergipe. E-mail: clevertonsilva@gmail.com

REFERÊNCIAS DE PESQUISA

FRAGATA, Thiago. Procissão dos Passos em São Cristóvão/SE. Senhor dos Passos em todos os passos. Aracaju: J. Andrade; Banco do Nordeste, 2006. p. 21-5.
GRUPO DE RESTAURAÇÃO E RENOVAÇÃO ARQUITETÔNICA E URBANA. Plano urbanístico de São Cristóvão – vol. 2. Salvador: UFBA, 1980.
NUNES, Maria T. Aspectos históricos da Cidade de São Cristóvão. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Aracaju, nº 32, p. 129-33, 1993-1999.
SAINT-ADOLFE, J. C. R. Dicionário da província de Sergipe. Francisco José Alves; Itamar Freitas (orgs.). São Cristóvão: UFS/ Fund. Oviêdo Teixeira, 2001.
SANTOS, Everton M. de O. Degradação ambiental na bacia do Rio Paramopama no município de São Cristóvão em Sergipe (BRASIL). 60 p. Monografia (Especialização) - Núcleo de Estudos e Pós-Graduação em Recursos Naturais – NEREN/DEA – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2007.
SILVA, Cleverton C. Águas fluviais e o ecoturismo em Sergipe: possibilidades no rio Paramopama, em São Cristóvão. 125p. (Monografia CEFET/CTH), 2008.
SILVA, José L. O surgimento da indústria e do operário têxtil em São Cristóvão: (1912-1935). (Monografia) Universidade Federal de Sergipe, 2002.
SOUZA, Marcos A. Memória sobre a Capitania de Sergipe – ano de 1808. Aracaju: 2005.

Maria Thetis, museóloga sim!


Thiago Fragata*

Maria Thetis Nunes, falecida no último dia 25 de outubro, é mesmo uma sergipana que orgulha e envaidece o Estado de Sergipe. Depois de passar pela vida semeando amigos e ensinando os leigos, de produzir dezenas de livros como historiadora, de ser homenageada com biografias as mais diversas, eis que o Museu Histórico de Sergipe reabre suas portas a visitação no dia de hoje com uma novidade: um auditório batizado com o nome Maria Thetis Nunes, a museóloga.

A professora Thetis - como era conhecida de todos - foi aluna de Gustavo Dodt Barroso (1888-1959). Este um dos grandes nomes da museologia brasileira por ter fundado o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 1922, instituição que dirigiu durante décadas. Em 1957, a sergipana de Itabaiana matriculou-se no curso daquela instituição, numa turma de 26 alunos, dentre os quais se destacavam Lélia Coelho Frota (poetiza, antropóloga, historiadora e crítica de arte) e Sydney Simons Braga. Apenas este e mais nove matriculados conseguiram o diploma em 8 de janeiro de 1960. Infelizmente, não houve formatura naquele ano porque o homem considerado “Pai da Museologia Brasileira” falecera no dia 3 de dezembro do ano anterior.

Vencedora, sempre vencedora, Thetis conquistou o título de museóloga mas nunca se apresentou ou executou trabalho na área. Nunca foi pegar o diploma, como chegou a segredar certa vez. O curso criado por Gustavo Barroso foi transferido para a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, em 1979, modulando a graduação.

Sem dúvida, a intenção do Governo do Estado de Sergipe, através da Secretaria de Cultura, em homenagear a inesquecível Maria Thetis Nunes é muito pertinente e inovadora. Pois ela formou-se no ano da fundação do Museu Histórico de Sergipe, numa diferença de dois meses apenas! Quem sabe chegou a prosear com Junot Silveira e Jenner Augusto, irmãos que tornaram possível a existência do museu mais antigo de Sergipe.

Enfim, museu é lugar de pesquisa, assim como o arquivo e a biblioteca. A diferença se acha no tipo de fonte de conhecimento. Dessa forma, pensar o Museu Histórico de Sergipe como lugar de pesquisa é a melhor forma de lembrar Maria Thetis Nunes.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SÁ, Ivan; SIQUEIRA, Graciele. Catálogo de Museus (MHN) 1932-1978: alunos, graduandos e atuação profissional. Rio de Janeiro, UNIRIO, 2007, p. 139 a 141.


[*] Professor especialista em História Cultural pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE), coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade e Diretor do Museu Histórico de Sergipe (MHS). E-mail: thiagofragata@gmail.com

Projeto Conhecendo Nossa História abordará o rio Paramopama


No próximo dia 14 do mês corrente, às 14 horas, no auditório do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, acontecerá mais uma edição do projeto São Cristóvão: conhecendo Nossa História realizado pela Secretaria Municipal de Educação. Na sua quinta edição, o turismólogo Cleverton Costa Silva concederá a palestra "Rio Paramopama: História, problemas e soluções". O projeto discute temas do universo cultural e das potencialidades naturais, tendo como balizas a Educação Patrimonial e a Educação Ambiental. O professor Thiago Fragata, idealizador e coordenador do projeto, esclarece que "embora o público-alvo do projeto seja os professores do município, alunos e comunidade em geral pode e deve participar".

São Cristóvão realiza Conferência Municipal de Cultura

Aglaé Fontes explica a proposta da conferência

“Um homem não vive sem ideais, e uma cidade não pode crescer sem estes ideais”. Foram as palavras entusiasmadas da professora Aglaé Fontes, Secretária de Cultura de São Cristóvão e um ícone na cultura sergipana, na Conferência Municipal de Cultura de São Cristóvão, que aconteceu sexta-feira, 30, na cidade.

O encontro que reuniu vários artistas e produtores culturais da cidade buscou sensibilizar os cidadãos são-cristovenses de que eles são os principais responsáveis para a consolidação de São Cristóvão como um patrimônio cultural da humanidade, além de prepará-los para a Conferência Estadual de Cultura que acontece nos dias 3 e 4 de dezembro.

Aglaé Fontes explica que delimitou cinco grupos de trabalho para melhor discutir os temas abordados pela conferência que soa Economia da Cultura; Cidadania e Cultura Simbóloca. “Definimos cinco grupos de trabalho que tratam de Produção Simbólica; Cultura, Cidade e Cidadania; Cultura e Desenvolvimento Sustentável; Cultura e Economia Criativa e Gestão Institucional da Cultura, para, a partir deles, construirmos uma política cultural eficaz e que alcance a toda a população de São Cristóvão”, assegurou.

Para a Secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, as conferências representam um passo importante para a consolidação das políticas públicas que estão sendo discutidas nacionalmente, sendo uma etapa fundamental para conduzir Sergipe à Conferência Nacional. “O que o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura está fazendo no momento em que apóia estas conferências municipais, é justamente estimar os municípios para que eles realizem suas conferências e elaborem seus planos municipais de cultura, e para que criem inclusive ferramentas de gestão importantes, como fundos municipais de cultura”, explicou. Outro ponto destacado pela secretária é a importância que as conferências municipais têm para selecionar os delegados que farão parte das comissões estadual e nacional. “A partir destas conferências nós teremos a retirada de delegados para a etapa estadual, que acontece em dezembro, e a nacional, que acontece em março. Então, este é o convite que o poder público faz para que os agentes e produtores culturais possam nos ajudar na condução da política cultual de Sergipe”, enfatizou Eloísa Galdino.

São Cristóvão é a 4º cidade mais antiga do Brasil e tem um rico acervo histórico, e cultural para ser mostrados, são 419 anos de história retratados nas ruas, prédios e no povo desta cidade. Thiago Fragata, diretor do Museu Histórico de Sergipe, afirma que a é muito importante para a cidade mandar um representante para Brasília e lutar por vaga na conferência estadual, pois o município se manterá ainda mais centrado no que diz respeito ao título de Patrimônio Histórico da Humanidade.

“São Cristóvão é um pólo com enorme potencial cultural, seja na arquitetura, folclore, artesanato, artes plásticas, dentre outros. Portanto, as pessoas que fazem a cena cultural do município não podem estar de fora deste processo, principalmente por São Cristóvão ser candidata a Patrimônio da humanidade e precisa estar bem representada”, ressaltou.

Já Jorge dos Santos, líder do tradicional grupo das Taieras da cidade, defende que é preciso proporcionar este conhecimento ao povo são-cristovense para que possa valorizar ainda mais sua cidade. “O povo de São Cristóvão precisa aprender que mora em uma cidade histórica e admirar e respeitar cada vez mais isso. Adquirir conhecimento é a melhor forma de poder passar nossa cultura para as outras gerações e até para as pessoas que visitam nossa cidade”, finalizou.

Turista espanhol elogia praça São Francisco

O senhor Ângelo Rodrigues, espanhol de Cáceres, cidade que é Patrimônio da Humanidade, declara admiração e reconhecimento a candidatura da praça São Francisco. Importantre lembrar que o principal argumento da candidatura é a herança hispânica. O depoimento prova que a luta por São Cristóvão Patrimônio da Humanidade é válida pois Sergipe e o Brasil devem partilhar com o mundo esse bem de valor inquestionável e promissor.

Para Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-candidatura a Patrimônio da Humanidade, o título será bom para Sergipe e especialmente para São Cristóvão, cidade a procura de alternativa de desenvolvimento, com uma população que precisa acreditar no valor reconhecido por estrangeiros, expressar identidade e amor próprio, pois quem faz a cidade é o povo e não os políticos.

Confira matéria e assista o depoimento do senhor Ângelo Rodrigues: e-sergipe.net

Comissão otimista com candidatura da Praça São Francisco

Recorte de outdoor de divulgação da candidatura da praça

Por Helmo Goes e Carla Sousa

“O tombamento da Praça São Francisco pela Unesco ajudará Sergipe a finalmente encontrar no turismo uma maneira de vislumbrar progresso e desenvolvimento”. Assim pensa Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco em São Cristóvão a Patrimônio da Humanidade. O resultado da candidatura sai em junho de 2010.

A cidade histórica pleiteia novamente a chancela concedida pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) após não ter sido contemplada na primeira tentativa, no ano passado. A comissão da Unesco recomendou que São Cristóvão fizesse uma série de investimentos para ter direito ao título, recomendações essas que já foram cumpridas em 90%, segundo Fragata. De acordo com ele, basta atender a todas as exigências que a cidade poderá ser contemplada, independente das demais concorrentes.

“Dentre as solicitações da Unesco, nossa única preocupação é com o esgotamento sanitário. Mas já existe um convênio firmado entre a Deso e a prefeitura da cidade para que o serviço seja feito, e o Governo do Estado já está abrindo licitação pública para que possa contratar uma firma que faça o serviço. A nova fiação elétrica subterrânea será entregue agora em novembro, o que vai permitir toda a reconstituição do cenário colonial. O plano diretor de São Cristóvão foi finalmente aprovado e recentemente entrou em vigor. As solicitações atendidas nos deixam muito otimistas”, declara o historiador.

A candidatura da Praça São Francisco atende a três argumentos, um deles é herança hispânica. "Além disso o convento franciscano de São Cristóvão é uma das grandes obras do barroco colonial, e isso já foi referendado por grandes historiadores. Por último, mas não menos importante, a praça perpassou séculos como cenário das manifestações culturais da cidade, tanto por parte da aristocracia, quanto das camadas populares”, destaca ele.

Para o coordenador da comissão pró-candidatura, o tombamento da praça beneficiará a todo o Estado e não apenas ao município histórico. “Sergipe precisa ter no turismo uma das saídas para seu desenvolvimento, portanto o tombamento da praça beneficiará a todos o estado. A chancela dá uma maior probabilidade de atrairmos programas de investimento internacional, e transforma Sergipe em candidato potencial a atrair recursos e parceiros”, acredita Fragata.

Vislumbrando essa realidade, o movimento pró-candidatura, que começou com uma pequena equipe, hoje tem a adesão de diversos parceiros. Thiago Fragata destaca a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) pelo apoio na divulgação da campanha, e acredita que em breve a causa ganhará o Brasil.

A coordenadora do Núcleo de Comunicação Digital da Secom, Maíra Ezequiel, diz que o Governo tem feito sua parte. “Estamos numa tentativa de mobilizar a sociedade principalmente nessas novas redes sociais como Orkut, Twitter, Flicker e o Facebook. Essa é uma causa na qual temos trabalhado com ênfase em todas as mídias, na tentativa de fazer as pessoas entenderem qual é a relevância em participar dessa mobilização”, conta Maíra Ezequiel.

Ela diz também que um dos requisitos para que a candidatura seja bem sucedida é que o governo consiga mobilizar a sociedade civil. “É o papel que o governo tem no processo. Ele atua como o principal mobilizador”, diz.

Dia da ação climática em São Cristóvão

Recorte da limpeza do Rio Paramopama em 2008
Foto: José Lúcio

Imbuídos no propósito de chamar a atenção dos líderes mundiais acerca da necessidade de se estabelecer um tratado que reduza os índices de emissão de carbono no planeta, São Cristóvão, quarta cidade mais antiga do Brasil, participará do Dia da Ação Climática com duas ações que irão além do enfoque ambiental.

A Rede Ambiental Ewé Lará: folhas para a vida, proposta pela comunidade de matriz africana Ilê Axé Opô Oxogum Ladê, que conta com a parceria do Núcleo de Estudos Ambientais de São Cristóvão, Instituto de Artes Cênicas de Aracaju (IACEMA), Patrulha Ambiental; Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE) uni-se à Comissão Pró Candidatura da Praça São Francisco à Patrimônio da Humanidade, a União Municipal dos Estudantes de São Cristóvão, (UMESC), Banda Cultura da Senzala e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Cristóvão para realizarem sua ação climática.

O município soma-se agora a Frente em Defesa das Águas de Sergipe, idealizada pelo jornalista Osmário Santos em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e fará a limpeza do Rio Paramopama, patrimônio ambiental afluente do rio Vaza Barris.

A atividade será realizada no Dia da Ação Climática (24/10 - sábado), a partir das 9 horas da manhã, com a concentração da comunidade, organizações ambientais e representantes do poder municipal em frente ao Largo da Ponte. O lixo retirado do Paramopama será elemento para inscrição do número 350, simbólico ao índice considerado, pelos principais cientistas do mundo, o limiar seguro para o dióxido de carbono, medido em partes por milhão (ppm) na atmosfera e que hoje se encontra em 387 ppm.

E não para por ai, São Cristóvão realizará por meio da Secretaria Municipal de Cultura de São Cristóvão e Subsecretaria de Patrimonio (SUBPAC) e dentro da programação do Dia da Sergipanidade (mesma data), a partir das 15 horas, caminhadas pelas ruas do centro histórico que tem como marco de chegada a Praça São Francisco de Assis, candidata a Patrimônio Histórico da Humanidade, onde será feito registro fotográfico da comunidade formando o número 350 também em apoio ao Dia da Ação Climática.

Por meio dessas iniciativas, São Cristóvão e toda sua comunidade demonstram seu comprometimento com a preservação de seus Patrimônios Histórico e Ambiental mas, acima de tudo seu compromisso com a existência do planeta.

Candidatura da Praça atende a critérios da Unesco

Para eleger um local ou região como Patrimônio Histórico da Humanidade, a Unesco estabelece critérios gerais para a nomeação. Em São Cristóvão não podia ser diferente: a Praça São Francisco já atende a vários destes, o que justifica a sua candidatura. De acordo com esses critérios, o bem tem destacado valor universal se for obra mestre do gênio criador humano. Deve também atestar um intercâmbio de valores humanos considerável durante um período concreto da história humana ou alguma área cultural do mundo, nos âmbitos da arquitetura ou tecnologia, artes monumentais, planejamento urbano ou criação de paisagens.

No caso da Praça São Francisco, a candidata se encaixa nesse perfil por possuir história rica e preservada ao longo dos séculos, além de sua arquitetura que traduz o momento de influência da União Ibérica sobre as terras sergipanas. No blog, esse tema já foi tratado em uma entrevista com o secretário de Patrimônio do Governo de Sergipe, Luiz Alberto dos Santos. Clique aqui para ouvir a entrevista.

O Patrimônio Histórico da Humanidade também apresenta como responsabilidade ser um exemplo de associação com acontecimentos e tradições vivas, idéias, crenças ou obras artísticas e literárias que tenham grande importância. A Praça São Francisco é exemplo vivo de um local onde as manifestações espontâneas da cultura popular reúnem-se para suas apresentações. Seja no folclore, que privilegia o espaço como cenário de inspiração, ou nas artes plásticas, a Praça São Francisco estabelece relações íntimas com a cultura do povo, legitimando assim seu processo de escolha perante a Unesco.
FONTE:

Praça sergipana pode virar patrimônio da humanidade


O Governo do Estado está iniciando uma grande campanha de mobilização dos sergipanos em torno da candidatura da Praça São Francisco, em São Cristóvão, a patrimônio da humanidade. Além das mídias tradicionalmente utilizadas como outdoor, cartazes, camisas, propagandas em rádio e panfletos, a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom) está investindo na produção de conteúdo para a internet, através de mídias sociais como o Orkut, o Twitter e o Facebook. Para o secretário de Comunicação do Estado, Carlos Cauê, a utilização das mídias digitais vem da necessidade da causa. “Os meios digitais estão sendo utilizados para divulgar a ação de forma mais rápida, além de envolver a população com a causa, que é de todos nós, estimulando que todos apoiem a candidatura. Nas redes sociais temos um forte canal de comunicação direto com o povo, o que é muito bom para a mobilização em prol da candidatura”, ressalta o secretário.

A grande novidade da campanha é a utilização das mídias sociais de forma pensada, utilizando a novidade das redes sociais à valorização de um patrimônio do passado. Essa iniciativa é muito boa porque mobiliza, sobretudo, a população mais jovem que utiliza essas mídias”, observa o diretor de Marketing da Secom), Rafael Galvão.

O Núcleo de Cultura Digital da Secom é o responsável pela realização da mobilização através das redes sociais. “As redes de relacionamento como o Orkut, Facebook, Youtube, Twitter, Delicious e Flickr serão os principais meios de divulgação. O maior interesse é mobilizar através de vídeos e histórias de pessoas que fazem parte da história da praça, e assim, criar corpo à candidatura”, afirma Maíra Ezequiel, coordenadora do Núcleo.

Histórico A candidatura da Praça São Francisco foi aprovada durante a 32ª Sessão do Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco realizada de 2 a 10 de julho de 2008 na cidade de Québec, no Canadá. Desde a divulgação da candidatura, o Governo está agindo na execução dos critérios de preservação do patrimônio cultural recomendados pela Unesco.

Para atender às exigências, o Estado tem investido em uma série de ações como o esgotamento sanitário na região do Centro Histórico, que irá redirecionar o esgoto da área, atualmente despejado no rio Paramopema, num investimento de R$ 7 milhões. Além disso, R$ 750 estão sendo investidos para que as fiações das redes elétrica e telefônica passem a ser subterrâneas.

FONTE: Jornal da Cidade. Aracaju, 16/10/2009.

Economia da Cultura: Um dos focos da política cultural sergipana

Reisado das Pedreiras de São Cristóvão

Por Eloísa Galdino*

Há algo novo na política cultural sergipana, uma forma nova de olhar e tratar a cultura. Não, não deixamos de entendê-la como o conjunto de referências simbólicas que caracterizam as sociedades, formam identidades e influenciam os nossos fazeres nas mais diferentes áreas. Também não deixamos de acreditar e trabalhar pela preservação dos nossos acervos material e imaterial, por nossa memória e por nossa história. Mas resolvemos - de olho no que já acontece internacionalmente - tratar a cultura para além das suas dimensões estética , moral e sociológica; e passamos a trabalhar a cultura também em sua dimensão econômica e produtiva. Em outros termos, incorporamos o conceito de Economia da Cultura às ações da Secretaria de Estado da Cultura – Secult. E o que isso significa?

Primeiro, aqui cabe uma contextualização a partir de um dos temas mais debatidos no século XX: a indústria cultural. E lá se vão 45 anos desde que Umberto Eco azeitou esse debate com o clássico “Apocalípticos e Integrados”, no qual o pensador italiano, com propriedade, evidenciou os equívocos do que se convencionou chamar de “duas alas” da Escola de Frankfurt. O ponto crucial dessa discussão sempre foi os efeitos da indústria cultural sobre a cultura popular, a erudita, e o constante anseio pela preservação dos valores culturais mais legítimos das sociedades. Era, em verdade, um debate sobre o que aconteceria com as sociedades a partir da “mercantilização” da cultura.O tempo passou e essa discussão foi mais ou menos superada, abrindo espaço para outros debates sobre o tema. Nesse ínterim, ela, a cultura, mostrou sua capacidade de superar as visões apocalípticas, adaptando-se aos novos tempos, linguagens e formatos da sociedade da informação. A cultura se mostrou capaz de fazer-se e refazer-se sem nunca perder a sua força; e foi capaz de incorporar novos fazeres para se dizer digital, dialogando com a aldeia global para divulgar práticas e manifestações das mais variadas tribos. Esse percurso trouxe, também, o entendimento da cultura como um dos setores economicamente dinâmicos e ativos da nossa sociedade.

É disso que trata a Economia da Cultura, conceito novo e com uma relação direta com outros conceitos (igualmente novos) , como é o caso da Economia Criativa e/ou do Conhecimento. Trata do entendimento de que a cultura também produz negócios, movimenta a economia, gera emprego e renda e pode, portanto, ser encarada como um vetor do desenvolvimento sustentável das mais variadas sociedades. E isso com um traço que faz toda a diferença: por “alimentar” a alma, o pensamento e a reflexão diante do mundo, a cultura é um setor da economia que pode e deve contribuir para a inclusão social e para o avanço da sociedade da informação.

É assim que encaramos a cultura, como um setor estratégico para o desenvolvimento econômico e social. É por isso que estamos pegando régua e compasso para desenhar o nosso projeto de Economia da Cultura, assumindo, enquanto Governo, o papel de articulação, fomento e regulação da política estadual de cultura.

Queremos romper com a clássica cena dos nossos produtores e artistas com o “pires na mão” a pedir ajuda para as suas produções. Assumiremos o nosso papel de tratar a cultura como política pública, mas de uma forma que possamos estimular a formação, a capacitação e o desenvolvimento das cadeias produtivas que essa área pode engendrar. Queremos plantar a semente de um movimento cultural autônomo, com conexões claras e legitimas com o setor produtivo, seja através dos incentivos fiscais, seja através do apoio ao empreendedorismo.

É longo o caminho a trilhar em busca da consolidação de uma nova política cultural. Ela não é pra já, mas precisamos começar. Delimitamos os objetos e o espaço geográfico: preservação do patrimônio e turismo cultural, em São Cristóvão e Laranjeiras. A idéia é fazer das nossas cidades-patrimônio modelos de desenvolvimento a partir da cultura, estimulando a preservação do seu acervo pela própria comunidade que habita nessas cidades.Em total sintonia com os princípios que norteiam a política cultural desenvolvida pelo Ministério da Cultura, queremos que as populações das nossas cidades-patrimônio possam se apropriar do seu potencial turístico. É uma visão que busca trabalhar uma ampla cadeia produtiva que vá do brincante ao empresário, todos articulados, movimentando a cidade, fazendo circular produtos, ideias e dinheiro. E o mais importante: todos juntos preservando nosso patrimônio, nossa identidade e nossos valores culturais, porque toda essa riqueza estará produzindo emprego, renda, inclusão, e, principalmente, cidadania.

*Secretária de Estado da Cultura de Sergipe.

Valorizando a cultura, promovendo a preservação*

Detalhe do outdoor de divulgação da campanha Praça São Francisco, Berço de Sergipe, Patrimônio da Humanidade

Por Bruna Morrana dos Santos**

Sabe-se que o Patrimônio Cultural refere-se à cultura de uma sociedade, de um país e deve ser entendido como produto coletivo das realizações da sociedade. Assim, há uma urgência de preservação dos Patrimônios Culturais locais que estão ameaçados, pois como foi dito anteriormente eles representam a identidade cultural de um povo. No entanto, não só os bens culturais materiais devem ser preservados, mas também aqueles referentes às técnicas, ao saber e o saber-fazer, que estão na categoria do patrimônio imaterial.

Nesse contexto, é notória a urgência de preservação do patrimônio local, e sendo assim inserimos a Praça São Francisco localizada no coração do centro histórico da cidade de São Cristóvão-SE. Carregada de representatividade e valores, a praça apresenta um grande valor histórico e além deste, apresenta também grande valor cultural. È importante salientar que a Constituição Federal de 1988, no artigo 216 prega que as manifestações artístico-culturais são representativas para comunidade e assim devem ser também alvos de preservação.

E as festas são com toda evidência parte desse patrimônio, pois é através dessas manifestações que o povo revigora seus valores tradicionais. Mas, retomando o tema da Praça São Francisco, ela é o centro das manifestações culturais populares da cidade, porque é lá que anualmente acontecia o Festival de Artes de São Cristóvão cujo, engloba atividades teatrais, musicais, cinematográficas, além de artes como o circo. No entanto a praça não é somente palco de festivais, mas também é o centro das manifestações carnavalescas e juninas, enfim ali é onde acontece o resgate das tradições.

Mas, não é tão simples assim, muitos sancristovenses vêem a praça apenas como um local de lazer e pra jogar conversa fora, não se dando conta do valor cultural que ela apresenta evidenciado pelas construções arquitetônicas que compõem todo o conjunto da praça. Entretanto, sabemos que o processo de conscientização da sociedade ocorre paulatinamente, ou seja, a intenção seria fomentar no povo uma nova visão e fazer com que a população olhe para a praça com outros olhos.

Portanto, sempre é bom frisar que devemos valorizar os elementos que compõem nossa cultura, e em relação ás manifestações culturais fica mais em foco a discussão sobre como manter a tradição “viva”, pois só assim elas poderão perpetuar pelas gerações futuras.


*Publicado no JORNAL DO DIA. Aracaju, ano V, n. 1414, 29/09/2009, p. 2.
** Graduanda em História da Universidade Federal de Sergipe - Projeto “A Praça São Francisco é do Povo” - DHI (UFS)

A praça e uma candidatura em construção*


Pablo Renan Silva Campos**

No dia 4 de julho de 2009, os alunos da disciplina, Patrimônio Cultural do curso de licenciatura em história da (UFS) Universidade Federal de Sergipe, foram à cidade histórica de São Cristóvão com o objetivo de realizar uma pesquisa de opinião entre os moradores daquela localidade. Estes tiveram o acompanhamento dos professores, Claudefranklin Monteiro, docente da disciplina na instituição e Thiago Fragata que além de cidadão sancristovense é um pesquisador entusiasta e há muito tempo vem engajado no processo de divulgação da diversidade cultural da cidade de São Cristóvão.

Essa pesquisa consiste em saber dos populares seus respectivos modos de ver a candidatura da praça São Francisco à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade, a ser concedido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência, Cultura e Comunicação). Só para lembrar, a mesma possui o título de Patrimônio Nacional e em momentos passados, já almejou esse reconhecimento. Contudo, faltaram alguns detalhes determinantes que serão comentados adiante.

Para um bem cultural, como é o caso da Praça São Francisco, ser alvo da salvaguarda e conseqüentemente receba tal reconhecimento, é preciso estar sujeito a alguns critérios, como: manter as características do período ao qual esteve inserido; a cidade deve ser voltada em seu todo para a preservação ambiental e o mais importante que é o valor histórico, artístico, documental e sentimental, ou seja, deve ter uma representatividade para a comunidade e é necessário que a mesma manifeste-se um desejo sobre esse bem.

Analisando esses dados mencionados, nota-se o porquê do título ter sido adiado anteriormente, quando especialistas da UNESCO vieram fazer uma verificação técnica. As alegações deles foram: a falta de saneamento básico e uma questão lamentável que é a poluição do rio Paramopama que chegou a ser alvo de uma reportagem maliciosa do jornalista Pedro Bial da Rede Globo em sua passagem por São Cristóvão, na qual fez uma matéria para o Jornal Nacional.

Bem, mas agora os leitores devem está curiosos e se perguntando: qual foi o resultado da pesquisa? Como é que andam as obras de restauração e de saneamento básico na cidade? Qual o próximo passo a ser seguido? E quando sai o resultado da UNESCO?

Vamos à questão, o resultado da pesquisa não foi animador para nosso grupo que adentrou nesse projeto e se comprometeu a fazer o que estivesse ao seu alcance para ajudar nessa candidatura, que se conquistada será um prêmio e uma condição de satisfação não só para São Cristóvão, mas também, para Sergipe em geral.

Numa reunião, traçamos metas que seriam desenvolvidas e aplicadas passo-a-passo, a primeira delas foi saber como a população pensa a respeito do assunto. Assim, foram elaboradas algumas perguntas e as mesmas aplicadas. Uma delas chamou muito atenção, no momento que perguntávamos: Você sente orgulho em morar aqui?, foi uma surpresa para nós vê que as maiorias das respostas foram NÃO, sendo assim, em primeiro instante ficamos tristes, mais logo depois felizes, isso é paradoxal, vou explicar melhor, claro que nossa vontade era que todos respondessem SIM e com uma justificativa bem sucinta, porém, não ocorreu, então ficamos tristes, mas felizes porque esses mesmos não sabiam justificar e logo diziam A corrupção e a falta de empregos aqui é grande, a princípio chegamos à conclusão de que eles não odeiam a cidade e toda sua carga cultural que ela possui, o problema é que estes não sabem diferenciar o amor a terra natal da revolta que tem em relação aos seus administradores. Contudo, é relevante essa revolta, pois, é só ir verificar as condições em que vivem os cidadãos e o estado em que a cidade se encontra: falta de saneamento, oportunidade de vida e lazer. É isso que faz os moradores transferirem a raiva que sentem pelos políticos para a cidade.

Sobre as condições atuais das obras, estão lentas e mal administradas, como já foi dito em outras passagens. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional), hoje com uma nova superintendência, tenta adiantar as restaurações e a própria prefeitura é encarregada de solucionar outros problemas, como por exemplo, a questão da iluminação pública no centro histórico e nas intermediações do local que deve ser subterrânea. No referente à preservação ambiental, Thiago Fragata junto com seu grupo Comissão de Candidatura e seus alunos executaram um projeto no quais Pneus foram recolhidos do rio Paramopama.

Os próximos passos são a continuidade dessas obras, mas para que elas estejam devidamente prontas no período estabelecido, é de fundamental importância o engajamento de todos, população, IPHAN, administradores locais, instituições estaduais e a Universidade Federal. Esta última foi uma das causas da nossa inclusão nesse projeto. Chegamos à conclusão de que deveríamos dar suporte ao Thiago e também que é dever de uma instituição como a UFS participar desse processo, mesmo porque ela está situada em solo sancristovense.

A decisão será divulgada em julho de 2010, se for positiva os benefícios serão diversos e incalculáveis, não só pelo fator patrimonial, mas também, desenvolvimento que conseqüentemente afetará positivamente a população, como exemplo, o aumento do fluxo de turismo, agora em nível internacional, possibilitando o aumento de renda municipal e a geração de empregos em diversos campos, além disso, a cidade estará dentro dos padrões de preservação ambiental que é um dos temas mais citados e discutidos nas sociedades contemporâneas.

* Artigo publicado no JORNAL DO DIA. Aracaju, ano V, N. 1406, 19/09/2009, p. 4.
**Graduando em História da Universidade Federal de Sergipe Projeto A Praça São Francisco é do Povo (DHI/UFS)

ARMINDO PEREIRA: CONTISTA E ROMANCISTA INÉDITO EM SERGIPE

POR GILFRANCISCO* - gilfrancisco.santos@gmail.com Ficcionista sergipano, Armindo Pereira (1922-2001) nasceu com a literatura nas veias, vá...