Turista espanhol elogia praça São Francisco

O senhor Ângelo Rodrigues, espanhol de Cáceres, cidade que é Patrimônio da Humanidade, declara admiração e reconhecimento a candidatura da praça São Francisco. Importantre lembrar que o principal argumento da candidatura é a herança hispânica. O depoimento prova que a luta por São Cristóvão Patrimônio da Humanidade é válida pois Sergipe e o Brasil devem partilhar com o mundo esse bem de valor inquestionável e promissor.

Para Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-candidatura a Patrimônio da Humanidade, o título será bom para Sergipe e especialmente para São Cristóvão, cidade a procura de alternativa de desenvolvimento, com uma população que precisa acreditar no valor reconhecido por estrangeiros, expressar identidade e amor próprio, pois quem faz a cidade é o povo e não os políticos.

Confira matéria e assista o depoimento do senhor Ângelo Rodrigues: e-sergipe.net

Comissão otimista com candidatura da Praça São Francisco

Recorte de outdoor de divulgação da candidatura da praça

Por Helmo Goes e Carla Sousa

“O tombamento da Praça São Francisco pela Unesco ajudará Sergipe a finalmente encontrar no turismo uma maneira de vislumbrar progresso e desenvolvimento”. Assim pensa Thiago Fragata, coordenador da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco em São Cristóvão a Patrimônio da Humanidade. O resultado da candidatura sai em junho de 2010.

A cidade histórica pleiteia novamente a chancela concedida pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) após não ter sido contemplada na primeira tentativa, no ano passado. A comissão da Unesco recomendou que São Cristóvão fizesse uma série de investimentos para ter direito ao título, recomendações essas que já foram cumpridas em 90%, segundo Fragata. De acordo com ele, basta atender a todas as exigências que a cidade poderá ser contemplada, independente das demais concorrentes.

“Dentre as solicitações da Unesco, nossa única preocupação é com o esgotamento sanitário. Mas já existe um convênio firmado entre a Deso e a prefeitura da cidade para que o serviço seja feito, e o Governo do Estado já está abrindo licitação pública para que possa contratar uma firma que faça o serviço. A nova fiação elétrica subterrânea será entregue agora em novembro, o que vai permitir toda a reconstituição do cenário colonial. O plano diretor de São Cristóvão foi finalmente aprovado e recentemente entrou em vigor. As solicitações atendidas nos deixam muito otimistas”, declara o historiador.

A candidatura da Praça São Francisco atende a três argumentos, um deles é herança hispânica. "Além disso o convento franciscano de São Cristóvão é uma das grandes obras do barroco colonial, e isso já foi referendado por grandes historiadores. Por último, mas não menos importante, a praça perpassou séculos como cenário das manifestações culturais da cidade, tanto por parte da aristocracia, quanto das camadas populares”, destaca ele.

Para o coordenador da comissão pró-candidatura, o tombamento da praça beneficiará a todo o Estado e não apenas ao município histórico. “Sergipe precisa ter no turismo uma das saídas para seu desenvolvimento, portanto o tombamento da praça beneficiará a todos o estado. A chancela dá uma maior probabilidade de atrairmos programas de investimento internacional, e transforma Sergipe em candidato potencial a atrair recursos e parceiros”, acredita Fragata.

Vislumbrando essa realidade, o movimento pró-candidatura, que começou com uma pequena equipe, hoje tem a adesão de diversos parceiros. Thiago Fragata destaca a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) pelo apoio na divulgação da campanha, e acredita que em breve a causa ganhará o Brasil.

A coordenadora do Núcleo de Comunicação Digital da Secom, Maíra Ezequiel, diz que o Governo tem feito sua parte. “Estamos numa tentativa de mobilizar a sociedade principalmente nessas novas redes sociais como Orkut, Twitter, Flicker e o Facebook. Essa é uma causa na qual temos trabalhado com ênfase em todas as mídias, na tentativa de fazer as pessoas entenderem qual é a relevância em participar dessa mobilização”, conta Maíra Ezequiel.

Ela diz também que um dos requisitos para que a candidatura seja bem sucedida é que o governo consiga mobilizar a sociedade civil. “É o papel que o governo tem no processo. Ele atua como o principal mobilizador”, diz.

Dia da ação climática em São Cristóvão

Recorte da limpeza do Rio Paramopama em 2008
Foto: José Lúcio

Imbuídos no propósito de chamar a atenção dos líderes mundiais acerca da necessidade de se estabelecer um tratado que reduza os índices de emissão de carbono no planeta, São Cristóvão, quarta cidade mais antiga do Brasil, participará do Dia da Ação Climática com duas ações que irão além do enfoque ambiental.

A Rede Ambiental Ewé Lará: folhas para a vida, proposta pela comunidade de matriz africana Ilê Axé Opô Oxogum Ladê, que conta com a parceria do Núcleo de Estudos Ambientais de São Cristóvão, Instituto de Artes Cênicas de Aracaju (IACEMA), Patrulha Ambiental; Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE) uni-se à Comissão Pró Candidatura da Praça São Francisco à Patrimônio da Humanidade, a União Municipal dos Estudantes de São Cristóvão, (UMESC), Banda Cultura da Senzala e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Cristóvão para realizarem sua ação climática.

O município soma-se agora a Frente em Defesa das Águas de Sergipe, idealizada pelo jornalista Osmário Santos em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e fará a limpeza do Rio Paramopama, patrimônio ambiental afluente do rio Vaza Barris.

A atividade será realizada no Dia da Ação Climática (24/10 - sábado), a partir das 9 horas da manhã, com a concentração da comunidade, organizações ambientais e representantes do poder municipal em frente ao Largo da Ponte. O lixo retirado do Paramopama será elemento para inscrição do número 350, simbólico ao índice considerado, pelos principais cientistas do mundo, o limiar seguro para o dióxido de carbono, medido em partes por milhão (ppm) na atmosfera e que hoje se encontra em 387 ppm.

E não para por ai, São Cristóvão realizará por meio da Secretaria Municipal de Cultura de São Cristóvão e Subsecretaria de Patrimonio (SUBPAC) e dentro da programação do Dia da Sergipanidade (mesma data), a partir das 15 horas, caminhadas pelas ruas do centro histórico que tem como marco de chegada a Praça São Francisco de Assis, candidata a Patrimônio Histórico da Humanidade, onde será feito registro fotográfico da comunidade formando o número 350 também em apoio ao Dia da Ação Climática.

Por meio dessas iniciativas, São Cristóvão e toda sua comunidade demonstram seu comprometimento com a preservação de seus Patrimônios Histórico e Ambiental mas, acima de tudo seu compromisso com a existência do planeta.

Candidatura da Praça atende a critérios da Unesco

Para eleger um local ou região como Patrimônio Histórico da Humanidade, a Unesco estabelece critérios gerais para a nomeação. Em São Cristóvão não podia ser diferente: a Praça São Francisco já atende a vários destes, o que justifica a sua candidatura. De acordo com esses critérios, o bem tem destacado valor universal se for obra mestre do gênio criador humano. Deve também atestar um intercâmbio de valores humanos considerável durante um período concreto da história humana ou alguma área cultural do mundo, nos âmbitos da arquitetura ou tecnologia, artes monumentais, planejamento urbano ou criação de paisagens.

No caso da Praça São Francisco, a candidata se encaixa nesse perfil por possuir história rica e preservada ao longo dos séculos, além de sua arquitetura que traduz o momento de influência da União Ibérica sobre as terras sergipanas. No blog, esse tema já foi tratado em uma entrevista com o secretário de Patrimônio do Governo de Sergipe, Luiz Alberto dos Santos. Clique aqui para ouvir a entrevista.

O Patrimônio Histórico da Humanidade também apresenta como responsabilidade ser um exemplo de associação com acontecimentos e tradições vivas, idéias, crenças ou obras artísticas e literárias que tenham grande importância. A Praça São Francisco é exemplo vivo de um local onde as manifestações espontâneas da cultura popular reúnem-se para suas apresentações. Seja no folclore, que privilegia o espaço como cenário de inspiração, ou nas artes plásticas, a Praça São Francisco estabelece relações íntimas com a cultura do povo, legitimando assim seu processo de escolha perante a Unesco.
FONTE:

Praça sergipana pode virar patrimônio da humanidade


O Governo do Estado está iniciando uma grande campanha de mobilização dos sergipanos em torno da candidatura da Praça São Francisco, em São Cristóvão, a patrimônio da humanidade. Além das mídias tradicionalmente utilizadas como outdoor, cartazes, camisas, propagandas em rádio e panfletos, a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom) está investindo na produção de conteúdo para a internet, através de mídias sociais como o Orkut, o Twitter e o Facebook. Para o secretário de Comunicação do Estado, Carlos Cauê, a utilização das mídias digitais vem da necessidade da causa. “Os meios digitais estão sendo utilizados para divulgar a ação de forma mais rápida, além de envolver a população com a causa, que é de todos nós, estimulando que todos apoiem a candidatura. Nas redes sociais temos um forte canal de comunicação direto com o povo, o que é muito bom para a mobilização em prol da candidatura”, ressalta o secretário.

A grande novidade da campanha é a utilização das mídias sociais de forma pensada, utilizando a novidade das redes sociais à valorização de um patrimônio do passado. Essa iniciativa é muito boa porque mobiliza, sobretudo, a população mais jovem que utiliza essas mídias”, observa o diretor de Marketing da Secom), Rafael Galvão.

O Núcleo de Cultura Digital da Secom é o responsável pela realização da mobilização através das redes sociais. “As redes de relacionamento como o Orkut, Facebook, Youtube, Twitter, Delicious e Flickr serão os principais meios de divulgação. O maior interesse é mobilizar através de vídeos e histórias de pessoas que fazem parte da história da praça, e assim, criar corpo à candidatura”, afirma Maíra Ezequiel, coordenadora do Núcleo.

Histórico A candidatura da Praça São Francisco foi aprovada durante a 32ª Sessão do Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco realizada de 2 a 10 de julho de 2008 na cidade de Québec, no Canadá. Desde a divulgação da candidatura, o Governo está agindo na execução dos critérios de preservação do patrimônio cultural recomendados pela Unesco.

Para atender às exigências, o Estado tem investido em uma série de ações como o esgotamento sanitário na região do Centro Histórico, que irá redirecionar o esgoto da área, atualmente despejado no rio Paramopema, num investimento de R$ 7 milhões. Além disso, R$ 750 estão sendo investidos para que as fiações das redes elétrica e telefônica passem a ser subterrâneas.

FONTE: Jornal da Cidade. Aracaju, 16/10/2009.

Economia da Cultura: Um dos focos da política cultural sergipana

Reisado das Pedreiras de São Cristóvão

Por Eloísa Galdino*

Há algo novo na política cultural sergipana, uma forma nova de olhar e tratar a cultura. Não, não deixamos de entendê-la como o conjunto de referências simbólicas que caracterizam as sociedades, formam identidades e influenciam os nossos fazeres nas mais diferentes áreas. Também não deixamos de acreditar e trabalhar pela preservação dos nossos acervos material e imaterial, por nossa memória e por nossa história. Mas resolvemos - de olho no que já acontece internacionalmente - tratar a cultura para além das suas dimensões estética , moral e sociológica; e passamos a trabalhar a cultura também em sua dimensão econômica e produtiva. Em outros termos, incorporamos o conceito de Economia da Cultura às ações da Secretaria de Estado da Cultura – Secult. E o que isso significa?

Primeiro, aqui cabe uma contextualização a partir de um dos temas mais debatidos no século XX: a indústria cultural. E lá se vão 45 anos desde que Umberto Eco azeitou esse debate com o clássico “Apocalípticos e Integrados”, no qual o pensador italiano, com propriedade, evidenciou os equívocos do que se convencionou chamar de “duas alas” da Escola de Frankfurt. O ponto crucial dessa discussão sempre foi os efeitos da indústria cultural sobre a cultura popular, a erudita, e o constante anseio pela preservação dos valores culturais mais legítimos das sociedades. Era, em verdade, um debate sobre o que aconteceria com as sociedades a partir da “mercantilização” da cultura.O tempo passou e essa discussão foi mais ou menos superada, abrindo espaço para outros debates sobre o tema. Nesse ínterim, ela, a cultura, mostrou sua capacidade de superar as visões apocalípticas, adaptando-se aos novos tempos, linguagens e formatos da sociedade da informação. A cultura se mostrou capaz de fazer-se e refazer-se sem nunca perder a sua força; e foi capaz de incorporar novos fazeres para se dizer digital, dialogando com a aldeia global para divulgar práticas e manifestações das mais variadas tribos. Esse percurso trouxe, também, o entendimento da cultura como um dos setores economicamente dinâmicos e ativos da nossa sociedade.

É disso que trata a Economia da Cultura, conceito novo e com uma relação direta com outros conceitos (igualmente novos) , como é o caso da Economia Criativa e/ou do Conhecimento. Trata do entendimento de que a cultura também produz negócios, movimenta a economia, gera emprego e renda e pode, portanto, ser encarada como um vetor do desenvolvimento sustentável das mais variadas sociedades. E isso com um traço que faz toda a diferença: por “alimentar” a alma, o pensamento e a reflexão diante do mundo, a cultura é um setor da economia que pode e deve contribuir para a inclusão social e para o avanço da sociedade da informação.

É assim que encaramos a cultura, como um setor estratégico para o desenvolvimento econômico e social. É por isso que estamos pegando régua e compasso para desenhar o nosso projeto de Economia da Cultura, assumindo, enquanto Governo, o papel de articulação, fomento e regulação da política estadual de cultura.

Queremos romper com a clássica cena dos nossos produtores e artistas com o “pires na mão” a pedir ajuda para as suas produções. Assumiremos o nosso papel de tratar a cultura como política pública, mas de uma forma que possamos estimular a formação, a capacitação e o desenvolvimento das cadeias produtivas que essa área pode engendrar. Queremos plantar a semente de um movimento cultural autônomo, com conexões claras e legitimas com o setor produtivo, seja através dos incentivos fiscais, seja através do apoio ao empreendedorismo.

É longo o caminho a trilhar em busca da consolidação de uma nova política cultural. Ela não é pra já, mas precisamos começar. Delimitamos os objetos e o espaço geográfico: preservação do patrimônio e turismo cultural, em São Cristóvão e Laranjeiras. A idéia é fazer das nossas cidades-patrimônio modelos de desenvolvimento a partir da cultura, estimulando a preservação do seu acervo pela própria comunidade que habita nessas cidades.Em total sintonia com os princípios que norteiam a política cultural desenvolvida pelo Ministério da Cultura, queremos que as populações das nossas cidades-patrimônio possam se apropriar do seu potencial turístico. É uma visão que busca trabalhar uma ampla cadeia produtiva que vá do brincante ao empresário, todos articulados, movimentando a cidade, fazendo circular produtos, ideias e dinheiro. E o mais importante: todos juntos preservando nosso patrimônio, nossa identidade e nossos valores culturais, porque toda essa riqueza estará produzindo emprego, renda, inclusão, e, principalmente, cidadania.

*Secretária de Estado da Cultura de Sergipe.

ARMINDO PEREIRA: CONTISTA E ROMANCISTA INÉDITO EM SERGIPE

POR GILFRANCISCO* - gilfrancisco.santos@gmail.com Ficcionista sergipano, Armindo Pereira (1922-2001) nasceu com a literatura nas veias, vá...