São Cristóvão x Sancristovenses: a face da população em torno da candidatura da Praça São Francisco*


Por Nayara Santos de Jesus**

São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil é motivo de orgulho para os cidadãos em geral, já que este fato envolve toda a população sergipana. No entanto, será que o seu mérito é realmente valorizado e reconhecido pela comunidade? E no momento, à luz da candidatura da Praça São Francisco a patrimônio histórico da humanidade, como eles se comportam diante do fato? Participam, envolvem-se com a campanha ou são meros observadores, ocultos à dimensão do projeto?

Após uma pesquisa de campo realizada no município em prol da candidatura da Praça São Francisco e de todo o seu conjunto arquitetônico, foi perceptível o ânimo, empolgação e o conhecimento da população acerca do assunto. Alguns, é claro, conhecem do que se trata o projeto, porém, outros e estes infelizmente sendo maioria, desconhecem o seu real objetivo, sendo isto de fundamental importância, pois, de antemão, deve partir da própria população o espírito de determinação e de interesse, para que após, seja reconhecido mundo afora o valor patrimonial e cultural que representa a cidade, principalmente, o seu centro histórico.

A participação da comunidade é essencial para a concretização deste plano, já que qualquer forma de manifestação para ser absoluta, deve, em primeira mão, partir da iniciativa popular. No entanto, para este quadro ser mudado, programas de educação patrimonial e conscientização devem ser aplicados para toda a população, e não somente aos sancristovenses, como também para a comunidade sergipana e as forças políticas, para que unidos abracem a idéia e defendam seus interesses, no qual todos deverão sair ganhadores, com um mérito bastante gratificante.

Ao se falar em Praça São Francisco, onde acontecem as principais festividades do município, o qual seu conjunto arquitetônico data desde o século XVII, é motivo de orgulho para a sociedade sergipana que esta seja candidata a patrimônio cultural da humanidade, pois, além de trazer riquezas em sua estrutura de pedra e cal, mostra também seu patamar em manifestações culturais, sendo palco das exibições de caráter popular, como o grupo de Reisado, os Caceteiros, Bacamarteiros, entre outros, além do carnaval, do São João e do Festival de Artes Sacras. Um local onde acontecem manifestações culturais unidas a sua beleza patrimonial, qual seja seu conjunto arquitetônico, merecedor de ser nomeado e reconhecido mundialmente.

Com esta candidatura, mais uma vez enfatizando, a participação da comunidade na conservação histórica da praça, e não só dela, mas de todo o município, deve ser efetiva, já que há critérios que devem ser obedecidos para a avaliação, tais como as condições em que a praça se encontra, seu nível de preservação e proteção, entre outros. Esta conservação a cada dia deve ser aplicada, não somente para fins de candidatura, mas pelo grau de valor histórico que a cidade possui, tanto pelo seu patrimônio de pedra e cal quanto pelo imaterial, avaliada graças a sua potencialidade histórica e paisagística, indiscutíveis.

É importante ressaltar que com a candidatura e sua aceitação, por certo, haverá uma nova fase na história da cidade, pois, o incentivo ao turismo ganhará um novo rumo, já que infelizmente, o pólo turístico do município ainda não alcançou o patamar merecido, sendo a população ciente disso. Essa nova fase trará bons resultados, não somente para São Cristóvão, como também para todo o Estado.

Entusiasmo, empenho, compromisso, boa vontade, dedicação: estas são as palavras-chave que o município de São Cristóvão em plena candidatura da Praça São Francisco necessita para que seja digno de receber o mérito de patrimônio cultural da humanidade.


*Artigo publicado no JORNAL DO DIA. Aracaju, ano V, n. 1397
** Graduanda em História da Universidade Federal de Sergipe -Projeto “A Praça São Francisco é do Povo” – DHI (UFS)


Um comentário:

  1. são cristovão e um orgulho para mim eu acredito que essa cidade vai ter muitos artista nella,por ella e patrimonia da vida!!!!

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário sobre essa matéria.

AMANDO FONTES E O PROLETARIADO INDUSTRIAL

  GILFRANCISCO*   FORMAÇÃO ACADÊMICA O romance Os Corumbas, filia-se à corrente de romances nordestinos da geração de 32, que veio encarar...