(Praça São Francisco de São Cristóvão/SE recebeu chancela de Patrimônio da Humanidade em 1/8/2010)
Por Thiago Fragata
I - CICERONE DE SÃO CRISTÓVÃO
Tenho repetido a saudação de cicerone
aos novos e velhos amigos e desconhecidos...
São Cristóvão, São Cristóvão
Cidade minha, metáfora de todos
Esfinge de quatro séculos
A lançar enigmas imemoriais
Aos professores, turistas, pesquisadores...
São Cristóvão, São Cristóvão
Quem não a conhece repete o erro do convertido
Que não vai a Meca depois de aceitar Alá.
Pra mim sempre Patrimônio da Humanidade
Tempo e templos para debulhar um terço da vida
São Cristóvão, São Cristóvão
Tenho encenado Gonçalves Dias
“Todos cantam a sua terra,
também vou cantar a minha”
São Cristóvão, São Cristóvão
Lembro o conselho de Leon Tolstoi
“Queres ser universal, canta sua aldeia...”
Ah! São Cristóvão...
Tenho repetido a saudação de cicerone
aos novos e velhos amigos e desconhecidos.
II - SÃO CRISTÓVÃO, CIDADE-POESIA
Um poeta só é muito pouco
Muito pouco, muito pouco
Porque na cidade tudo é poesia
Todo dia, todo dia
De mim, não sei o que seria
Sem ela para decorar a vida
Janela para o jardim...
Um poeta só é muito pouco
Vai se perder nos versos
Tropeçar nas rimas, ou não!
Eis que surge a menina
Na praça, na rua da esquina
É tão bonita que completa a paisagem
Também ama São Cristóvão quatricentenária.
Um poeta só é muito pouco
Agora são dois: poeta e musa
Ah! Musa lembra museu
Lugar mágico, de poesia e música
Fazer todo mundo dançar
No chão da praça São Francisco
E tudo acaba no bar.
Um poeta só é muito pouco
Por isso vai convidar Maria Glória
Maria Rita, Manoel Ferreira e João Rosa
Para fazer o jogral Patrimônio da Humanidade
E recitar bem alto para o mundo
São Cristóvão, cidade-poesia!
Praça São Francisco das lembranças
O batismo foi na igreja,
Primeiro beijo aconteceu ali, no banco da praça
Atrás da arvore ou na frente?
Tem um cruzeiro que abençoa todos.
Praça São Francisco das lembranças
Não havia calçamento, era só terra e mato
Que virava lama com a chuva
Era menino e brincava de manja e pelada
Quando não tinha o reisado para entreter
nem o chefe do quarteirão para perseguir.
Praça São Francisco das lembranças
Era na praça a quermesse...
Era na praça o namoro...
Quase tudo acontecia na praça.
Agora ela é Patrimônio da Humanidade.
Assim seja!
por um acaso vim parar nesse blog e que feliz surpresa! Sou neta de Manoel Ferreira, um dos poetas citados, e de tanto amor a São Cristóvão vim para Recife e me tornei arquiteta. Tenho muito orgulho dessa cidade e de meu avô, ele ficará muito feliz em ver essa poesia.
ResponderExcluirAssistindo a Globo News vi uma reportagem com uma jovem que tirou o segundo lugar no concurso de poesia. Filha de pescador com mais 2 irmãos e a mãe. Me comoveu muito. Gostaria de enviar livros para eles!
ResponderExcluirMaria Luiza
marrilunas@hotmail.com