Maria Thetis Nunes, falecida no último dia 25 de outubro, é mesmo uma sergipana que orgulha e envaidece o Estado de Sergipe. Depois de passar pela vida semeando amigos e ensinando os leigos, de produzir dezenas de livros como historiadora, de ser homenageada com biografias as mais diversas, eis que o Museu Histórico de Sergipe reabre suas portas a visitação no dia de hoje com uma novidade: um auditório batizado com o nome Maria Thetis Nunes, a museóloga.
A professora Thetis - como era conhecida de todos - foi aluna de Gustavo Dodt Barroso (1888-1959). Este um dos grandes nomes da museologia brasileira por ter fundado o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 1922, instituição que dirigiu durante décadas. Em 1957, a sergipana de Itabaiana matriculou-se no curso daquela instituição, numa turma de 26 alunos, dentre os quais se destacavam Lélia Coelho Frota (poetiza, antropóloga, historiadora e crítica de arte) e Sydney Simons Braga. Apenas este e mais nove matriculados conseguiram o diploma em 8 de janeiro de 1960. Infelizmente, não houve formatura naquele ano porque o homem considerado “Pai da Museologia Brasileira” falecera no dia 3 de dezembro do ano anterior.
Vencedora, sempre vencedora, Thetis conquistou o título de museóloga mas nunca se apresentou ou executou trabalho na área. Nunca foi pegar o diploma, como chegou a segredar certa vez. O curso criado por Gustavo Barroso foi transferido para a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, em 1979, modulando a graduação.
Sem dúvida, a intenção do Governo do Estado de Sergipe, através da Secretaria de Cultura, em homenagear a inesquecível Maria Thetis Nunes é muito pertinente e inovadora. Pois ela formou-se no ano da fundação do Museu Histórico de Sergipe, numa diferença de dois meses apenas! Quem sabe chegou a prosear com Junot Silveira e Jenner Augusto, irmãos que tornaram possível a existência do museu mais antigo de Sergipe.
Enfim, museu é lugar de pesquisa, assim como o arquivo e a biblioteca. A diferença se acha no tipo de fonte de conhecimento. Dessa forma, pensar o Museu Histórico de Sergipe como lugar de pesquisa é a melhor forma de lembrar Maria Thetis Nunes.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SÁ, Ivan; SIQUEIRA, Graciele. Catálogo de Museus (MHN) 1932-1978: alunos, graduandos e atuação profissional. Rio de Janeiro, UNIRIO, 2007, p. 139 a 141.
[*] Professor especialista em História Cultural pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE), coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade e Diretor do Museu Histórico de Sergipe (MHS). E-mail: thiagofragata@gmail.com
A professora Thetis - como era conhecida de todos - foi aluna de Gustavo Dodt Barroso (1888-1959). Este um dos grandes nomes da museologia brasileira por ter fundado o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 1922, instituição que dirigiu durante décadas. Em 1957, a sergipana de Itabaiana matriculou-se no curso daquela instituição, numa turma de 26 alunos, dentre os quais se destacavam Lélia Coelho Frota (poetiza, antropóloga, historiadora e crítica de arte) e Sydney Simons Braga. Apenas este e mais nove matriculados conseguiram o diploma em 8 de janeiro de 1960. Infelizmente, não houve formatura naquele ano porque o homem considerado “Pai da Museologia Brasileira” falecera no dia 3 de dezembro do ano anterior.
Vencedora, sempre vencedora, Thetis conquistou o título de museóloga mas nunca se apresentou ou executou trabalho na área. Nunca foi pegar o diploma, como chegou a segredar certa vez. O curso criado por Gustavo Barroso foi transferido para a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, em 1979, modulando a graduação.
Sem dúvida, a intenção do Governo do Estado de Sergipe, através da Secretaria de Cultura, em homenagear a inesquecível Maria Thetis Nunes é muito pertinente e inovadora. Pois ela formou-se no ano da fundação do Museu Histórico de Sergipe, numa diferença de dois meses apenas! Quem sabe chegou a prosear com Junot Silveira e Jenner Augusto, irmãos que tornaram possível a existência do museu mais antigo de Sergipe.
Enfim, museu é lugar de pesquisa, assim como o arquivo e a biblioteca. A diferença se acha no tipo de fonte de conhecimento. Dessa forma, pensar o Museu Histórico de Sergipe como lugar de pesquisa é a melhor forma de lembrar Maria Thetis Nunes.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SÁ, Ivan; SIQUEIRA, Graciele. Catálogo de Museus (MHN) 1932-1978: alunos, graduandos e atuação profissional. Rio de Janeiro, UNIRIO, 2007, p. 139 a 141.
[*] Professor especialista em História Cultural pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE), coordenador da Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade e Diretor do Museu Histórico de Sergipe (MHS). E-mail: thiagofragata@gmail.com
Interessante conhecer esse lado da saudosa profªThetis.
ResponderExcluirGostaria de saber dias e horários disponíveis para a visitação do museu.