Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial que julgou Praça São Francisco, em Brasília, dia 1/8/2010
1 - COMISSÃO DE GESTÃO DA PRAÇA SÃO FRANCISCO
A Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade deixou de existir após a conquista da chancela anunciada no dia 1 de agosto do corrente ano. Desde então seus membros estão na expectativa da formação da Comissão de Gestão da Praça São Francisco. Essa Comissão de Gestão deve envolver entes do Governo Federal, Estadual e Municipal; assim como Sociedade Civil, Paróquia e outras categorias que atuam no centro histórico da quarta cidade mais antiga do Brasil. Sua função seria buscar solução para os seus problemas e definir usos da praça tombada, a exemplo dos modelos e localização de palcos nos eventos.
A Praça São Francisco conquistou a chancela para São Cristóvão/Sergipe não por se achar isenta de problemas, mas pela sua importância cultural, o excepcional valor universal da sua herança urbana hispânica. Seus problemas, sejam de iluminação, lixo, tráfego de carros, vandalismos, continuam e por conta da visibilidade mundial atrai a imprensa e opinião pública.
Alguns cidadãos têm apontado os problemas do centro histórico por entender que a questão é pública, como pública é a Praça São Francisco, e assim levar a questão às autoridades competentes visando a providências, resolução. Independente dos simpatizantes, de quem muito ou pouco contribuiu no esforço para conquista da chancela da UNESCO, é preciso saber quem se habilita a formar a Comissão de Gestão da Praça São Francisco ou a Comissão de Gestão do Centro Histórico? Será o Governo do Estado, a Prefeitura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional? Lembrando que todos somos responsáveis pela preservação.
2 - PROTAGONISMO
Bem, independentemente da formação desse Comitê de Gestão ou de qualquer outra iniciativa do gênero, é preciso atitude, protagonismo, para resolver problemas de gestão da Praça antes que estes comprometam a manutenção do título de Patrimônio da Humanidade alcançado com tanto esforço e luta. Além de zelar pelo patrimônio, fazer sua parte de cidadão, o sancristovense não pode ficar calado, não deve ficar parado, alheio aos absurdos praticados a luz do dia ou no silêncio da noite no centro histórico. Sejamos olhos e ouvidos das praças; sejamos vigilantes do valioso patrimônio da quarta cidade mais antiga do Brasil; sem esquecer de repassar as autoridades os problemas e nossos anseios por solução.
3 - EMPREENDEDORISMO
Outro ponto é a questão da brecha de mercado que surgiu após o reconhecimento da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade. Até agora pouca gente percebeu mas o fluxo de turistas aumentou e aumentará gradualmente. Posso citar o caso do Museu Histórico de Sergipe, ele quadruplicou o seu público depois de agosto. E o que os turistas estão consumindo em São Cristóvão? O que levam de lembranças, de artesanato? O que degustam além das queijadas da Marieta? Quem se habilita a analisar e investir em negócio viável para si e bom para o turista? Falta SEBRAE ou falta iniciativa empreendedora da população sancristovense? Uma coisa é certa, quando o mercado existe os vendedores chegam: e às vezes eles vêm de longe...
Thiago Fragata coordenou a Comissão Pró-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade, é diretor do Museu Histórico de Sergipe (MHS/Secult). Fonte: Jornal Folha da Cidade Histórica. São Cristóvão, ano I, n. 4, p. 2.
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