BEBE-ÁGUA
Sentado na noite
Num trono de estrelas
Bebe-Água conversa
Com a velha cidade!...
Regressou do outro-mundo
E do sono profundo
Que a morte derrama
Com mãos de veludo
Nos olhos dos vivos
Sejam reis ou cativos!...
Bebe-água cochicha
Nas sombras da noite
Com as velhas igrejas!...
É fantasma de um sonho,
É o próprio lamento
Do ontem vestido
O burel do passado
Na paz dum convento!
Os mortos retornam
Em sonhos amados,
Revendo, na vida,
As cousas passadas!...
Conversa um sobrado
Que está caducando
Com João Bebe-Água
Com ele lembrando
À luz de outra idade,
Os dias de glória
Da velha cidade!
Ilustres figuras
Egrégios senhores,
Humildes escravos
- sinhazinhas amadas
Que, na morte, abrumadas
Não sentem da vida
A luz e o calor!
Com chagas imensas
No corpo invisível
- as chagas do pranto
Nos olhos da dor.
Bebe-Água, coitado
Revendo o passado
Bebe-Água é saudade
Bebe-Água é amor!...
FONTE: RIBEIRO, João Freire. São Cristóvão em Sergipe Del-Rey (poesias). 1971, p. 18.
ESTIVE EM SÃO CRISTÓVÃOANO PASSADO E ME APIXONEI. GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE AS HISTÓRIAS DO QUILOMBO QUE OUVI DIZER QUE TEM AÍ! SOU ESPECIALIZADA EM HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRODESCENDENTE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA QUILOMBOS PELA FEDERAL AQUI NO CEARÁ. E PENSEI QUE SÃO CRISTÓVÃO PUDESSE ME RENDER UM BELO ESTUDO! PARABÉNS PELO TRABALHO!
ResponderExcluirSHEILLA ARAÚJO
A minha mãe arrasa não é ?
ResponderExcluirlinda linda !